Secretaria de Saúde de Várzea Grande busca apoio financeiro com deputada estadual para melhorar atendimento
Várzea Grande negocia recursos para saúde com deputada

Numa manhã de terça-feira que prometia calor intenso — como quase todas em Mato Grosso —, uma comitiva da Secretaria Municipal de Saúde de Várzea Grande cruzou a ponte rumo à Assembleia Legislativa. O objetivo? Convencer a deputada estadual Nininha (PP) a destinar emendas parlamentares para o setor que mais sofre com a falta de verba: a saúde pública.

"A gente sabe que não é fácil, mas estamos lutando por cada centavo", confessou o secretário municipal de Saúde, Evandro Homero, enquanto ajustava a gravata no ar-condicionado do gabinete. Segundo ele, os recursos seriam um "sopro de oxigênio" para unidades que operam no limite há anos.

O que está em jogo

Na mesa de negociações (ou melhor, na cadeira desconfortável da sala de reuniões):

  • Ampliação do atendimento em UBSs que parecem ter saído de um filme dos anos 80
  • Compra de equipamentos que não dão mais "jeitinho" — alguns literalmente colados com fita
  • Contratação de profissionais para reduzir filas que lembram réveillon em Copacabana

A deputada, conhecida por seu pragmatismo, ouviu atentamente enquanto tomava seu café — do tipo que "derruba um boi", como dizem no interior. "Vamos ver o que dá pra fazer", prometeu, sem dar detalhes. Políticos, como sabemos, têm alergia a números concretos antes da hora certa.

O outro lado da moeda

Enquanto isso, na porta do hospital municipal, Dona Maria, 67 anos, esperava sua vez desde as 5h da manhã. "Tomara que essa conversa dê em alguma coisa", disse, esfregando as costas doloridas. Seu comentário resume o sentimento de milhares de várzea-grandenses que dependem do SUS no dia a dia.

O que muitos não sabem? Essas negociações são como partidas de xadrez — cada movimento exige paciência e estratégia. A boa notícia é que o primeiro passo foi dado. A má? O relógio da saúde pública continua correndo contra o tempo.