
E então eis que Donald Trump resolve mergulhar de cabeça num tema delicadíssimo, desses que até médico fica com o pé atrás. Numa daquelas falas que deixam todo mundo de cabelo em pé, o ex-presidente americano — sempre ele — soltou mais uma bomba. Desta vez, mirou um remédio que tá na farmácia de praticamente todo mundo: o paracetamol.
Num comício recente, ele simplesmente sugeriu, sem papas na língua, que usar o analgésico durante a gestação poderia estar por trás de casos de autismo. Sim, você leu certo. A declaração, claro, ecoou feito um trovão, levantando uma poeira danada entre médicos, cientistas e, principalmente, entre as futuras mamães.
E a Ciência, o Que Tem a Dizer?
Ora, será que tem algum fundo de verdade nisso? Bom, a comunidade científica já partiu pra ação — e a resposta, até onde se sabe, é um sonoro não é bem assim. Enquanto Trump joga a suspeita no ar, os especialistas lembram que a relação entre o paracetamol e o Transtorno do Espectro Autista (TEA) ainda é um campo cheio de interrogações. Estudos existem, mas são inconclusivos, cheios de ressalvas. Nada que permita uma afirmação tão categórica.
Aliás, o que os médicos reforçam — e isso é crucial — é que a automedicação, seja com o que for, na gravidez é uma roleta-russa. O perigo real, alertam, está justamente aí: em tomar remédio por conta própria, sem acompanhamento. O paracetamol, quando indicado corretamente por um profissional, ainda é considerado uma opção segura para alívio da dor ou febre nesse período tão sensível.
O Efeito de uma Declaração Dessas
Mas é aquilo, né? Quando uma figura pública de peso solta uma dessas, o estrago vai muito além do debate científico. O medo se espalha. Grávidas que precisam do medicamento podem ficar apavoradas, em dúvida sobre o que fazer. E aí, num efeito dominó perigoso, algumas podem até evitar o tratamento necessário, o que traz riscos sérios para a saúde delas e do bebê.
Parece que a história se repete. Trump, afinal, já não é novato em polêmicas envolvendo a medicina — quem não lembra daquela sugestão inusitada de injeção de desinfetante contra a Covid-19? Pois é. O modus operandi é parecido: uma afirmação bombástica, que ignora consensos científicos e gera um rebuliço imenso.
No fim das contas, o recado que fica é de sempre: cautela. Muita cautela. Na era da informação (e da desinformação) veloz, checar a fonte, ouvir o médico de confiança e fugir dos achismos é mais importante do que nunca. Principalmente quando o assunto é uma vida que está apenas começando.