
O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu dar uma espiada nos bastidores do programa Mais Médicos — e olha só o que encontraram: uma série de falhas operacionais que deixam a desejar. Mas calma, antes que alguém comece a gritar "escândalo", o relatório é claro: não há sinais de ilegalidade. Quer dizer, a casa está meio bagunçada, mas não roubaram a prataria.
Segundo os auditores — aqueles caras que têm olho pra detalhe que dá medo —, o programa esbarra em problemas de gestão que parecem aquela lista de promessas de ano novo que nunca saem do papel. Falta acompanhamento adequado, os indicadores de desempenho são mais fracos que café de posto, e a distribuição de profissionais? Bem, digamos que não está exatamente seguindo um mapa preciso.
Onde está o problema?
Pra ser justo, o TCU reconhece que o programa — que já colocou médicos em lugares onde o único jaleco branco era o da fantasia de Carnaval — cumpriu seu papel social. Mas é aquela velha história: dá pra fazer melhor, e sem gastar mais. Os técnicos encontraram:
- Sistemas de informação que conversam entre si como torcedores de times rivais
- Fiscalização com mais buracos que queijo suíço
- Metas que parecem ter sido escritas com caneta desaparecendo
Numa das passagens mais suculentas do relatório, os auditores destacam que em alguns municípios, os médicos estavam... como dizer... "geograficamente deslocados". Traduzindo: cadastrados em um lugar, mas atendendo em outro. Alguém esqueceu de avisar o GPS?
E agora, José?
O Ministério da Saúde — que deve estar com aquele friozinho na barriga — terá que se explicar e, mais importante, apresentar um plano pra tapar esses buracos. O TCU deu 60 dias pra que a pasta explique como vai:
- Melhorar o monitoramento do programa
- Ajustar a distribuição dos profissionais
- Criar indicadores que realmente signifiquem algo
Curiosamente, o relatório chega num momento em que o governo tenta respirar novos ares no programa, depois daquela saída barulhenta dos cubanos em 2018. Será que dessa vez vão acertar o passo? Só o tempo — e talvez uma próxima fiscalização — dirão.
Enquanto isso, nas regiões mais remotas do país, onde o Mais Médicos muitas vezes é a única luz no fim do túnel, a população torce para que essa "faxina administrativa" não vire apenas mais um documento engavetado em Brasília. Porque no fim das contas, o que importa mesmo é ter um médico quando a dor apertar — esteja ele no lugar certo ou não.