
Pois é, parece que a conta do turismo vai chegar mais cedo do que muitos esperavam. Pelo menos é o que indicam os ventos que sopram nas câmaras municipais de algumas das cidades mais visitadas do estado de São Paulo.
A ideia, que já ronda o imaginário de alguns gestores públicos há tempos, ganhou corpo recentemente: criar uma taxa específica para turistas. Não se trata de um imposto novo, tecnicamente falando – mas sim de uma contribuição de melhoria vinculada aos serviços turísticos. A justificativa? Os custos extras que a alta temporada impõe aos cofres públicos.
Quem está na mira?
A lista de municípios que já discutiram ou têm projetos em andamento é sugestiva. Falamos de verdadeiros ímãs de visitantes:
- Campos do Jordão: A famosa estância climática, que vive abarrotada no inverno, estuda valores que poderiam variar entre R$ 2 e R$ 4 por diária.
- São Sebastião: O litoral norte, com suas praias cobiçadíssimas, pensa em algo em torno de R$ 3 a R$ 5.
- Ubatuba: Outro ponto forte do litoral paulista, com proposta similar à da vizinha.
- Bertioga: Completa o quarteto de cidades costeiras que avaliam a medida.
O mecanismo seria simples, quase direto. O valor seria cobrado diretamente nas estadias – hotéis, pousadas, aluguéis por temporada. Quem se hospeda paga. Quem é residente, em tese, estaria isento. Parece justo? A discussão promete esquentar.
O outro lado da moeda
Claro, nem todo mundo enxerga a proposta com bons olhos. O setor hoteleiro já demonstra certa... apreensão, digamos. O receio é claro: será que essa taxa extra não vai espantar justamente aqueles que movimentam a economia local? Em um momento onde todo mundo conta cada centavo, um aumento, mesmo que pequeno, pode pesar na decisão final do viajante.
Por outro lado – e sempre há outro lado –, as prefeituras argumentam que o turismo gera despesas. Só quem mora em cidade turística sabe o que é o caos na alta temporada: mais lixo para coletar, mais trânsito para ordenar, mais segurança pública demandada. Serviços que, no fim das contas, são bancados pelo contribuinte local o ano inteiro.
É uma equação delicada, sem dúvida. De um lado, a necessidade de investir na infraestrutura que acolhe os visitantes. Do outro, o risco de tornar a cidade menos competitiva. Um verdadeiro cabo de guerra entre o caixa municipal e a atratividade turística.
E agora, José?
A verdade é que a discussão está apenas começando. Os projetos precisam tramitar nas câmaras, passar por votação, e só então, se aprovados, virar lei. O caminho é longo e cheio de idas e vindas.
Enquanto isso, uma coisa é certa: o debate sobre quem paga a conta do turismo veio para ficar. E pode ser que, em suas próximas férias no interior ou no litoral paulista, você encontre um pequeno item extra na nota da hospedagem. Fica a dica.