
Não é todo dia que um ex-presidente dos Estados Unidos resolve mirar um ministro do Supremo Tribunal Federal brasileiro. Mas, como diria o ditado, política é como jogo de xadrez — e Donald Trump parece ter sacado o tabuleiro do armário.
Na última jogada, o republicano anunciou sanções contra Alexandre de Moraes. À primeira vista, parece só mais um capítulo da novela "Trump vs. Mundo". Mas quem acha que é só birra está enganado. Tem mensagem escondida aí — e ela não é escrita em letras miúdas.
O que está por trás da cortina?
Trump, aquele mesmo que adora um holofote, não faz nada por acaso. As sanções contra Moraes — que, diga-se, soam mais simbólicas que práticas — têm gosto de vingança, é claro. Afinal, o ministro foi um dos responsáveis por investigações contra bolsonaristas nas eleições de 2022.
Mas calma lá. A jogada não é só sobre o passado. É sobre 2024 também. O ex-presidente, que vive de polarização, encontrou no ministro brasileiro o "inimigo perfeito" para alimentar sua base. E olha que ironia: um juiz brasileiro virando peça no tabuleiro eleitoral americano.
O timing que fala mais que palavras
Não é coincidência que isso aconteça justo quando:
- Trump está em campanha pesada
- O caso das urnas eletrônicas ainda esquenta discussões
- A direita americana olha para o Brasil como exemplo (ou contra-exemplo)
E tem mais. Ao colocar Moraes na berlinda, Trump mata dois coelhos com uma cajadada só: agrada a ala mais radical do Partido Republicano e ainda joga um pouco de gasolina na fogueira da desconfiança eleitoral — especialidade da casa.
E o Brasil nessa história?
Parece piada pronta, mas não é. Enquanto aqui discutimos se o STF está exagerando ou não, lá fora o nome do Brasil vira arremesso em debate político alheio. Moraes, que já era polêmico por aqui, agora ganhou status de "persona non grata" no circo político americano.
O curioso? Isso tudo pode ter efeito bumerangue. As sanções — que, convenhamos, não vão impedir o ministro de tomar seu café da manhã — podem acabar dando mais munição para quem defende Moraes no Brasil. Afinal, nada une mais do que um inimigo externo.
No fim das contas, essa história diz menos sobre o ministro e mais sobre como a política virou um esporte global, onde fronteiras são linhas imaginárias e jogadas em um país ecoam no outro. E Trump? Bem, ele continua sendo Trump — imprevisível como sempre, calculista como poucos.