STF rebate Trump e reafirma independência judicial: 'Não nos desviaremos do nosso papel'
STF rebate Trump e defende independência judicial

Não é todo dia que um ex-presidente dos Estados Unidos resolve opinar sobre os rumos da Justiça brasileira. Mas quando Donald Trump soltou o verbo nas redes sociais, o STF não ficou quieto. E a resposta foi tão firme quanto um juiz batendo o martelo depois de uma sentença.

"Não nos desviaremos do nosso papel constitucional", declarou o Supremo, num tom que misturava dignidade com um leve ar de "não é da sua conta". A mensagem, publicada no X (antigo Twitter), chegou a ser compartilhada pelo ministro Gilmar Mendes — porque, convenhamos, quando o assunto é polêmica, ele nunca fica de fora.

O que exatamente Trump disse?

O republicano, sempre sutil como um elefante numa loja de cristais, sugeriu que o STF estaria "perseguindo" Jair Bolsonaro. Clássico Trump: frases bombásticas, zero nuances. Só que o Supremo, ao contrário de alguns políticos, não costuma engolir desaforo sem reagir.

E olha que a resposta foi até educada — considerando que poderiam ter mandado um "vire-se com seu próprio Judiciário, Donald". Mas preferiram o caminho institucional: lembrar que o STF responde apenas à Constituição Federal. Algo que, em tempos normais, nem precisaria ser dito.

Por que isso importa?

Num momento em que as instituições brasileiras estão sob microscópio, cada declaração pesa. Quando um tribunal precisa se defender de interferências estrangeiras, é sinal de que a política global virou um circo sem dono. E nós, espectadores, pagamos o ingresso com a democracia.

O caso também revela como as fronteiras entre política interna e externa estão borradas. Trump fala do Brasil como se estivesse comentando um reality show — e o STF responde como quem corrige um aluno desatento na aula de Direito Constitucional.

Resta saber se essa troca de farpas terá consequências práticas. Mas uma coisa é certa: o Supremo deixou claro que não aceita pressão, seja de dentro ou de fora do país. E isso, num mundo onde líderes populistas adoram desgastar instituições, não é pouco.