STF flexibiliza regras para Bolsonaro: entrevistas liberadas, mas com ressalvas
STF permite entrevistas de Bolsonaro, mas com ressalvas

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje, em uma manobra que mistura cautela e abertura, permitir que o ex-presidente Jair Bolsonaro conceda entrevistas à imprensa. Mas — e sempre tem um "mas" — não é um salvo-conduto total: as restrições impostas anteriormente continuam de pé, como um freio de arrumação para evitar que o terreno das investigações seja contaminado.

Segundo fontes próximas ao caso, o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo processo, deu o aval para que Bolsonaro fale publicamente, desde que não toque em temas sensíveis relacionados às investigações em curso. Parece aquela história de "pode, mas não pode tudo".

O que muda na prática?

Bolsonaro agora pode sentar na cadeira de programas de TV, rádio ou dar declarações à imprensa escrita — algo que, convenhamos, ele nunca teve muita dificuldade em fazer. No entanto, há um "manual de instruções" invisível: nada de mencionar provas, testemunhas ou detalhes dos casos que tramitam no STF. Um deslize e a cortina pode cair de novo.

Os advogados do ex-presidente comemoraram a decisão como uma vitória parcial. "É um passo importante para normalizar o direito à livre expressão", disse um deles, sem querer gravar o nome — ironia digna de nota, já que o assunto é justamente sobre falar em público.

E os críticos?

Do outro lado, há quem veja a medida com desconfiança. "Bolsonaro tem histórico de usar entrevistas para atacar instituições", lembrou um jurista que preferiu não se identificar. "Agora é esperar para ver se ele vai jogar dentro das linhas ou se vai insistir em escanteios perigosos."

Enquanto isso, nas redes sociais, a polarização já aquece os ânimos. De um lado, apoiadores comemoram a "vitória da liberdade"; do outro, opositores torcem o nariz para o que chamam de "concessão perigosa". O STF, como um árbitro de jogo tenso, tenta equilibrar o direito à informação com a necessidade de não atrapalhar as investigações.

Uma coisa é certa: as próximas entrevistas do ex-presidente serão analisadas com lupa — e qualquer passo em falso pode reacender o debate sobre os limites da liberdade de expressão em meio a processos judiciais.