PT centraliza poder: inserções de TV e rádio agora sob controle do Diretório Nacional
PT centraliza poder sobre inserções de rádio e TV

Eis que o Partido dos Trabalhadores resolveu dar uma guinada na forma como se comunica com a população. A nova direção nacional, sob o comando da sempre ativa Gleisi Hoffmann, decidiu centralizar algo que antes era mais pulverizado: as famosas inserções de rádio e televisão.

Parece coisa pequena, mas não é. Esses minutos de propaganda são ouro em época de eleição — e mesmo fora dela. A decisão, tomada numa reunião do diretório no último dia 10, basicamente puxa o tapete das estaduais. Agora, quem manda na distribuição do tempo é o núcleo duro, lá de Brasília.

O argumento? Ah, o de sempre: otimizar recursos, unificar o discurso, evitar que mensagens desencontradas criem confusão. Mas quem acompanha política há mais de vinte minutos sabe que há sempre um jogo de poder por trás. Centralizar a comunicação é centralizar a narrativa, e isso fortalece quem está no comando.

Detalhe curioso: a medida já vale para as inserções que começaram a ser veiculadas esta semana. Alguém estava com pressa, hein? A justificativa oficial fala em "ganhar eficiência" e "garantir coerência programática". Soa bem, mas na prática significa que os diretórios estaduais perdem autonomia. Eles ainda poderão pedir tempo, claro, mas a palavra final será sempre do nacional.

Não é a primeira vez que o PT ensaia movimentos do tipo, mas desta vez a coisa parece mais definitiva. A reestruturação do partido pós-eleições sempre traz esses ajustes — alguns mais sutis, outros, como este, bastante concretos.

O que isso muda na prática? Bem, para o cidadão comum, talvez pouco. A mensagem na TV será a mesma, independente de ser em São Paulo ou no Amazonas. Mas internamente, é um terremoto. Os grupos regionais perdem força, e a cúpula fortalece seu controle sobre a imagem do partido. Uma jogada clássica de quem quer manter as rédeas curtas.

Resta saber como as bases reagirão. Alguns certamente aceitarão a justificativa da unidade. Outros, mais desconfiados, verão nisso mais uma manobra de concentração de poder. Como tudo na política, a verdade provavelmente está num ponto intermediário.