
E aí, o clima em Brasília esquenta mais um grau. E não é por causa do sol do planalto, não. O presidente da Câmara, Arthur Lira, recebeu em seu gabinete ninguém menos que o deputado federal Eduardo Bolsonaro. A reunião, marcada para as 11h desta segunda-feira (1º), rolou na maior discrição — daquelas que todo mundo fica sabendo, mas ninguém comenta oficialmente.
Para completar o quebra-cabeça — ou talvez complicá-lo ainda mais — estavam lá também o líder do governo, Ricardo Barros, e o deputado Marcelo Moraes. Um encontro e tanto, hein? Só gente grande. O que será que tramaram por trás daquelas portas?
E no meio desse xadrez político, uma peça crucial se move com cautela: o deputado federal Motta, relator-geral do Conselho de Ética da Câmara. O cara que segura a faca e o queijo quando o assunto é apurar a conduta de um colega de parlamento.
O Homem do Meio
Motta, pra quem não conhece, não é de se impressionar com pressão. E deixou isso claro como água. Em conversa com a imprensa, foi direto ao ponto: seu trabalho à frente do Conselho de Ética será técnico, regrado e — pasmem — totalmente baseado no que manda o regimento interno da Casa.
Nada de invencionices. Nada de atalhos. E, pelo amor de Deus, nada de favorecimentos políticos. A postura dele é clara: “Se vier pra mim, eu vou analisar com isenção”. Simples assim. Ou não tão simples, considerando o furacão que cerca o nome Bolsonaro.
Ele mesmo admitiu que, até o momento, nada foi formalmente apresentado ao Conselho contra Eduardo. Nenhum processo. Nenhum pedido de abertura de investigação. Zero. Mas é aquela velha história: na política, até o silêncio faz barulho.
E Agora, José?
A pergunta que não quer calar: o que significa essa reunião? Seria apenas um alinhamento de agenda? Uma conversa casual entre parlamentares? Ou um movimento estratégico, cuidadosamente ensaiado?
Bom, Motta parece não estar muito preocupado com especulações. A linha dele é de trabalho e legalidade. “Meu papel é seguir a lei, e ponto final”, ecoa sua fala, ainda que entre linhas. Ele sabe que todos os olhos se voltaram para ele — e qualquer passo em falso será notícia.
Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro segue sua agenda, Ricardo Barros articula como líder do governo, e Lira… bem, Lira comanda a mesa. Literalmente.
Uma coisa é certa: o jogo apenas começou. E no tabuleiro da Câmara, até um peão pode virar uma dama — dependendo de quem o move.