
O plenário do Supremo Tribunal Federal virou um ringue nesta quarta-feira. E não, não foi nada sutil. O ministro Luiz Fux, diga-se de passagem, deu um verdadeiro show de persistência — ou teimosia, dependendo de que lado você está.
Três vezes. Três votos consecutivos para trancar a investigação contra Jair Bolsonaro. Sim, você leu certo. A cena foi mais repetitiva que novela das nove, mas com uma tensão que faria qualquer drama político parecer comédia romântica.
O duelo dos titãs
E é claro que Alexandre de Moraes não ficou quieto. O embate entre os dois ministros foi tão intenso que quase dava para sentir a temperatura subir na sala. Fux, com aquela calma que só os experientes conseguem fingir, defendia que o processo era "manifestamente incabível". Moraes, por outro lado, contra-atacava com argumentos técnicos — e aquele olhar que já conhecemos bem.
Não foi uma discussão qualquer. Foi daquelas que ficam na história do STF. O tipo de debate que faz os estagiários correrem para pesquisar precedentes jurisprudenciais enquanto tentam não fazer barulho com os papéis.
Mas por que três votos?
Boa pergunta. Parece exagero, mas cada voto veio em um momento diferente da discussão. Fux realmente queria garantir que sua posição fosse registrada — e como! Ele basicamente deu uma aula de perseverança judicial, ainda que parte dos presentes parecessem menos impressionados e mais exasperados.
O cerne da questão? A legalidade do processo contra Bolsonaro. Fux sustenta que há vícios insanáveis na ação. Moraes, naturalmente, enxerga a coisa totalmente diferente. E assim segue a dança das cadeiras no supremo — só que com muito mais consequências.
O que me faz pensar: será que algum dia teremos um STF pacífico? Ou a divergência virou feature e não bug do sistema?
Ao final — depois de muito debate e provavelmente alguns suspiros profundos — a maioria seguiu Moraes. Mas Fux deixou claro que não sairia calado. Suas intervenções repetidas foram um recado: ele não compra a briga fácil, mas quando compra, não larga o osso.
E assim o STF segue, entre votos e desavindas, moldando não apenas decisões, mas o próprio destino da política nacional. E a gente aqui, de pipoca na mão, tentando entender as regras do jogo.