
Numa cerimônia que poderia ter sido apenas mais uma rotina burocrática, Edson Fachin surpreendeu. E como. Ao assumir sua vaga no Tribunal Superior Eleitoral nesta quinta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal soltou o verbo de um jeito que fez muita gente prestar atenção.
Nada daquele juridiquês incompreensível que nos faz perder o interesse em cinco segundos. Fachin foi direto ao ponto, como quem sabe que o momento pede clareza - e coragem.
O Recado que Ecoou Além dos Gabinetes
"A democracia não é um dado adquirido", disparou ele. Parece óbvio? Talvez. Mas num país onde as instituições vêm sendo questionadas de forma tão agressiva, a frase soa quase como um soco no estômago. Fachin não mediu palavras ao criticar o que chamou de "negacionismo" - aquela mania perigosa de duvidar de tudo, até do que está mais do que comprovado.
O timing não poderia ser mais apropriado. Estamos a menos de um ano das eleições mais polarizadas das últimas décadas, e o TSE se prepara para um desafio hercúleo. Garantir processos limpos, seguros e, acima de tudo, críveis.
Entre Linhas: O que Fachin Realmente Disse
Para quem sabe ler entrelinhas, o ministro deixou claro que não vai tolerar bravatas. A referência aos "ataques às urnas eletrônicas" foi tão sutil quanto um tiro de canhão. Ele sabe - todos sabemos - que há quem queira colocar em xeque um sistema reconhecido internacionalmente como um dos mais seguros do mundo.
Mas o mais interessante foi o tom. Fachin não soou como um juiz distante, daqueles que falam de um pedestal. Parecia genuinamente preocupado. Como um pai advertindo filhos rebeldes sobre os perigos de brincar com fogo.
- Defesa intransigente das instituições - sem meias palavras
- Crítica ao negacionismo - o ministro nomeou o problema
- Urnas eletrônicas - um sistema que precisa ser preservado
- Eleições 2022 - o grande teste que se aproxima
Numa sacada inteligente, ele lembrou que democracia vai além do voto. É sobre respeito, diálogo, aceitar derrotas e - pasmem - confiar nas regras do jogo. Coisa rara nos dias de hoje.
Por que Isso Importa para Você
Pode parecer assunto de gente de terno em Brasília, mas a verdade é que isso afeta sua vida diretamente. Quando a credibilidade das eleições fica abalada, todo mundo perde. O investidor fica com pé atrás, o real oscila, projetos são adiados... No fim, é o cidadão comum quem paga a conta.
Fachin parece ter entendido que o momento exige mais do que tecnicidade jurídica. Precisa de comunicação clara, firmeza e - por que não? - um pouco de pedagogia política.
Resta saber se a mensagem será ouvida. Se os críticos de plantão vão entender o recado ou se preferirão continuar no mundo da fantasia, onde fatos são opcionais e a realidade é o que convém.
Uma coisa é certa: o ministro não fugiu da raia. Deu a cara a tapa num momento delicadíssimo. E no Brasil de 2022, isso já é algo digno de nota.