
O clima em Brasília está mais pesado que o habitual — e não é só por causa do tempo seco. O possível julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) está deixando todo mundo de cabelo em pé, especialmente os militares. E isso pode ter um efeito dominó no desfile de 7 de Setembro, aquela tradição que mistura tanques, aviões e muito patriotismo.
Segundo fontes próximas ao Planalto, o governo Lula está com o pé atrás. Afinal, ninguém quer uma crise institucional em plena celebração da Independência. Mas convenhamos: quando o assunto é Bolsonaro, as coisas nunca são simples.
O que está em jogo?
O STF pode colocar o ex-presidente no banco dos réus por supostos crimes eleitorais — aquela história velha conhecida das urnas eletrônicas. Se isso rolar em setembro, preparem o popcorn. Os apoiadores do Bolsonaro já estão se coçando para protestar, e os militares... bem, esses estão num dilema danado.
Não é segredo que as Forças Armadas têm uma relação complicada com o Supremo. Alguns generais ainda torcem o nariz para decisões da corte. Imagina só o cenário: o STF condena Bolsonaro na véspera do desfile, e os caras têm que desfilar sorrindo como se nada tivesse acontecido? Difícil, né?
E o governo com isso?
Lula, esperto como sempre, está jogando com luvas de pelica. Por um lado, não pode parecer que está interferindo no Judiciário. Por outro, precisa garantir que a festa da Independência não vire um circo de horrores. O Palácio do Planalto já estuda até adiar o julgamento — mas será que o STF vai comprar essa ideia?
Ah, e tem mais: os gastos. O desfile militar custa uma pequena fortuna aos cofres públicos. Em ano de ajuste fiscal, será que o governo vai querer bancar um espetáculo caríssimo com gosto amargo na boca? A conta não fecha fácil.
No meio desse cabo de guerra, uma coisa é certa: o Brasil nunca foi bom em comemorar sua Independência sem polêmica. Desde Dom Pedro I até hoje, sempre tem um pepino para estragar a festa. E esse ano, parece que não será diferente.