
O clima entre os bolsonaristas está mais tenso do que um fio de violino depois de uma chuva. Com a possibilidade real de Jair Bolsonaro ser algemado — e não estamos falando de figurativamente —, seus apoiadores mais fervorosos estão com os olhos grudados no relógio. Só que não é o relógio comum, e sim o da Casa Branca.
Parece roteiro de filme, mas não é: tem gente que realmente acredita que Donald Trump, se eleito, vai meter a colher no caldeirão político brasileiro. E não de forma delicada. Estamos falando de possíveis sanções contra figuras como o ministro Alexandre de Moraes e outros magistrados que, digamos, não são exatamente os queridinhos da turma do "mito".
O jogo das expectativas
Nos grupos de WhatsApp e Telegram, a teoria ganha corpo: quanto mais apertado o cerco a Bolsonaro, mais rápido viria a resposta de um eventual governo Trump. "É como se eles estivessem esperando um sinal verde", comenta um analista que prefere não se identificar. "Só que o semáforo pode estar quebrado."
Não faltam especulações — algumas tão criativas que dariam um ótimo roteiro de ficção. Desde listas secretas de alvos até o congelamento de bens no exterior. O problema? A política externa não funciona exatamente como um botão de "retribuir" no Twitter.
Entre a esperança e a realidade
Enquanto isso, nos bastidores:
- Juristas torcem o nariz para a viabilidade jurídica dessas medidas
- Diplomatas veteranos soltam gargalhadas ao ouvir a expressão "sanções seletivas"
- E os bolsonaristas? Continuam esperando o que, para muitos, parece um milagre político
Não dá para negar: a situação tem um quê de tragicômico. De um lado, um ex-presidente que pode trocar o palácio pela cela. Do outro, apoiadores que apostam as fichas em um salvador da pátria que nem assumiu o cargo — e que tem seus próprios problemas judiciais para resolver.
Como diria meu avô: "Quando a esmola é demais, o santo desconfia". Será que esse santo — ou nesse caso, o Tio Sam — vai atender aos pedidos? A resposta pode estar menos na política e mais no campo das probabilidades.