
E aí, São Paulo? Parece que a política estadual decidiu entrar de férias antes da hora. Pela terceira terça-feira consecutiva, a Alesp tentou – e falhou miseravelmente – em votar a indicação do ex-deputado Fernando Capez para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado. O plenário simplesmente não conseguiu formar o quórum necessário. De novo.
O problema? Boa parte dos deputados da base governista simplesmente… sumiu. Estavam em viagem, segundo os boatos do corredor. Uma situação no mínimo curiosa, para não dizer constrangedora. O presidente da Casa, deputado Carlão Pignatari, chegou a esperar quase uma hora. Nada. O vácuo era tão grande que dava pra ouvir eco.
E o que era pra ser uma mera formalidade virou um verdadeiro cabo de guerra político. A oposição, claro, não perdeu a chance. Critica a indicação de Capez, alegando que o nome foi uma imposição do Palácio dos Bandeirantes, uma manobra do governista Tarcísio de Freitas. Eles querem mais debate, mais transparência. A base, por sua vez, quando aparece, defende a indicação com unhas e dentes.
Um impasse que já virou rotina
Não é de hoje que essa novela dá o que falar. A vaga no TCE está aberta desde março, com a aposentadoria do conselheiro Sidney Beraldo. Capez foi indicado em agosto, mas desde então a votação vive sendo adiada. É um jogo de empurra-empurra que já cansou até os mais pacientes observadores políticos.
E as justificativas para as ausências? Ah, essas são as melhores. Tem deputado em missão oficial no exterior, outros em eventos eleitorais pelo interior… uma verdadeira colcha de retalhos de desculpas. A pergunta que fica é: ninguém marcou a data na agenda?
“A gente fica aqui, se preparando, e do outro lado não há o menor empenho”, disparou o líder da oposição, deputado Paulo Fiorilo. Ele não escondeu a frustração. E é difícil culpá-lo.
E agora, José?
O futuro dessa indicação é uma incógnita. Sem quórum, a máquina não anda. E a cada semana que passa, o desgaste só aumenta – para o governador, para a base aliada e para o próprio Capez. A próxima tentativa está marcada para… adivinhem? Uma terça-feira. 23 de setembro.
Será que na próxima semana os deputados lembram o caminho de volta para a capital? Ou vamos bater o recorde de um mês de procrastinação legislativa? A cidade de São Paulo aguarda. Mais com curiosidade mórbida do que com esperança, diga-se de passagem.