
Numa declaração que mistura ironia fina e indignação contida, Volodymyr Zelensky — aquele mesmo que trocou ternos por camisetas militares — soltou o verbo sobre o encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin no gelado Alasca. "Conversinhas entre titãs a 5 mil quilômetros do inferno que vivemos", disparou o presidente ucraniano, com aquele olhar cansado de quem dorme ao som de sirenes.
Enquanto isso, nas planícies ucranianas, tanques russos continuam avançando como formigas famintas. Zelensky, entre uma visita a trincheiras e discursos no Parlamento Europeu, não engoliu a cena: dois velhos conhecidos seu discutindo o futuro do seu país... sem convite.
O que diabos aconteceu no Alasca?
Trump, sempre performático, recebeu Putin num daqueles resorts de neve que parecem cenário de filme de espionagem. "Diálogo franco", dizia a nota oficial. "Paz mundial", garantiam os assessores. Só esqueceram de avisar que:
- A reunião ocorreu justamente quando a Ucrânia pedia mais armas antiaéreas
- Nenhum ucraniano estava na mesa — ironia das ironias
- O Alasca fica mais perto da Rússia que de Kiev (e isso diz muito)
"Decisões sobre nós, sem nós", resumiu um assessor de Zelensky, enquanto ajustava o colete à prova de balas. Na Ucrânia, a piada corrente é que deveriam ter marcado o encontro na Antártida — "pelo menos os pinguins parecem neutros".
E o Ocidente? Calado como sempre
Biden emitiu um comunicado de três linhas. A União Europeia — aquela mesma que prometeu tanques em janeiro — limitou-se a "observar com atenção". Enquanto isso, nas redes sociais:
- #AlaskaGate viralizou entre ativistas
- Memes comparando o encontro a "Godzilla vs. King Kong" inundaram o Twitter
- Analistas políticos perderam a voz gritando "E a soberania ucraniana?!"
Zelensky, entre uma ligação para Washington e outra para Berlim, parece ter entendido o recado: quando elefantes brigam, o gramado — no caso, a Ucrânia — é que se danifica. Resta saber se essa dança geopolítica no gelo vai derreter em algo concreto... ou se será só mais um capítulo na longa novela "Guerra por Procuração".