
Não é brincadeira. Enquanto escombros ainda fumegam e famílias procuram desesperadamente por entes queridos, o governo talibã no Afeganistão decidiu cortar — sim, cortar — boa parte da ajuda internacional que poderia salvar milhares de vidas. Os terremotos que sacudiram o oeste do país foram brutais, deixando um rastro de destruição que beira o inacreditável.
Centenas de mortos. Milhares de desabrigados. E uma resposta local que, francamente, está longe de ser suficiente. A coisa é feia de ver.
O bloqueio que dói no peito
O que choca mesmo é a postura de Cabul. Em vez de abrir os braços para o mundo, o Talibã fechou as portas. Várias organizações não-governamentais (ONGs) simplesmente foram barradas. Sem explicação. Sem aviso prévio. A justificativa? Dizem que querem "coordenação" — mas soa mais como controle puro e simples.
Não é de hoje que a relação entre o Talibã e a comunidade internacional é, bem, complicada. Desde que retomou o poder em 2021, o grupo impôs regras duríssimas, especialmente contra mulheres e minorias. Agora, essa mesma teimosia política está custando vidas.
Um desastre em cima do outro
Os terremotos — porque foram mais de um — atingiram principalmente a província de Herat. Casas desmoronaram como castelos de areia. Estradas ficaram intransitáveis. E o pouco de infraestrutura que o país ainda tinha foi por água abaixo. Ou melhor, por terra abaixo.
Os times de resgate locais estão sobrecarregados. Sem equipamento adequado, cavam com as próprias mãos. A ajuda que chega — pouca — vem majoritariamente de países vizinhos, como o Paquistão. Mas nem isso parece ser suficiente.
E as mulheres? Mais uma vez as mais afetadas
Aqui vai uma das partes mais cruéis: muitas das vítimas são mulheres e crianças. E adivinhem? Quem sofre com a falta de ajuda especializada? Elas de novo. Com hospitais destruídos e poucos médicos no terreno, a situação sanitária é um convite para mais tragédias.
Ah, e tem mais: o Talibã não permite que equipes mistas (homens e mulheres) atuem juntas. O que, convenhamos, é um tiro no pé — ou pior, um tiro na população que sofre.
O silêncio internacional
Do outro lado do mundo, a resposta foi… morna. A ONU emitiu um comunicado. Alguns países prometeram verba — que nem sempre chega. Enquanto isso, o inverno se aproxima. E no Afeganistão, inverno significa temperaturas congelantes. Sem abrigo, sem comida, sem medicamentos… é uma equação tenebrosa.
Parece que o mundo já esqueceu do Afeganistão. Mas as crateras abertas na terra — e na vida das pessoas — estão longe de fechar.
Enquanto isso, o Talibã segue firme em sua decisão. Para eles, aparentemente, soberania vale mais que solidariedade. Mais que vidas. O resultado? Uma crise que não precisava ser tão grande — e que, com um pouquinho de humanidade, poderia estar bem menos pior.