
Não é teoria da conspiração, não é alarmismo: é o que está sendo dito claramente nos círculos do poder russo. O analista geopolítico Roberto Lopes, com a serenidade de quem estuda conflitos há décadas, soltou uma bomba em entrevista à Record News nesta terça-feira (2). A ambição máxima do Kremlin, segundo ele, não é apenas o Donbas ou uma faixa de terra no sul. É tudo.
"A intenção declarada, explícita, é ocupar todo o território ucraniano", afirmou Lopes, sem rodeios. E o tom dele não era de suposição, mas de quem lê os documentos e ouve os discursos que saem de Moscou. É assustadoramente literal.
O Jogo Não Acaba na Fronteira Ucraniana
E aqui é onde a coisa fica ainda mais pesada. Lopes vai além e joga uma luz sobre um medo que muitos na Europa tentam calar: isso pode muito bem ser só o começo. A estratégia de Putin — e isso é opinião do especialista, mas embasada — parece ser uma tentativa de rearranjar o mapa geopolítico global, refazendo as fronteiras da extinta União Soviética.
O que significa isso na prática? Que países que hoje são membros da OTAN, aqueles que achamos que estão 'protegidos' pelo guarda-chuva ocidental, podem virar alvo. Soa como loucura? Talvez. Mas era loucura invadir a Ucrânia em fevereiro de 2022? Era. E aconteceu.
O especialista traça um paralelo histórico que dá arrepios. Ele lembra que a Rússia, sob o comando de Putin, já demonstrou que não hesita em usar — e abusar — de seu poderio militar para alcançar objetivos políticos. A Geórgia em 2008, a Crimeia em 2014. São capítulos de um mesmo livro que agora tem seu capítulo mais sangrento.
Uma Guerra de Atrito Sem Fim à Vista
O panorama que se desenha, infelizmente, não é de um cessar-fogo próximo. Muito pelo contrário. Lopes pinta um cenário de conflito prolongado, uma guerra de desgaste que vai drenando recursos humanos e econômicos de ambos os lados, mas principalmente da Ucrânia, é claro.
A grande questão que fica, aquela que tira o sono de líderes mundiais, é: até onde o Ocidente está disposto a ir? O apoio militar é uma coisa, mas entrar diretamente em um confronto com uma potência nuclear é outra completamente diferente. É um jogo de xadrez com peças que podem explodir o tabuleiro inteiro.
O alerta de Roberto Lopes é um balde de água fria na complacência. Ele não está conjecturando sobre um futuro distante; está analisando declarações e movimentos do presente. A ameaça é real, é atual e, pelo visto, veio para ficar.