
O Ministério Público Federal (MPF) iniciou uma investigação para apurar as denúncias sobre um evento acadêmico realizado na Universidade Federal do Paraná (UFPR) que discutiu a situação do povo palestino. O seminário, intitulado "Palestina: Entre a Limpeza Étnica e o Genocídio", ocorreu no último mês de abril e gerou polêmica entre grupos comunitários.
Entidade judaica aciona Ministério Público
A Federação Israelita do Estado do Paraná (FISESP) formalizou a denúncia junto ao MPF, alegando que o evento promoveu "discurso de ódio e incitação à violência". Segundo a entidade, o seminário ultrapassou os limites da liberdade acadêmica ao fazer apologia ao genocídio contra judeus.
Universidade se defende
Em nota oficial, a UFPR se posicionou contrária às acusações, afirmando que o evento "teve caráter estritamente acadêmico" e estava dentro dos princípios constitucionais da liberdade de expressão e produção do conhecimento. A instituição ressaltou seu compromisso com o debate democrático e plural.
Os detalhes do evento controverso
O seminário foi organizado pelo Grupo de Pesquisa Conflitos Internacionais Contemporâneos e contou com a participação de professores e pesquisadores especializados em relações internacionais. A programação incluiu:
- Análise histórica do conflito israelense-palestino
- Discussões sobre direito internacional humanitário
- Debates sobre a atuação de organizações internacionais na região
- Perspectivas geopolíticas contemporâneas
Próximos passos da investigação
O MPF determinou que a UFPR encaminhe toda a documentação relacionada ao evento, incluindo:
- Gravações completas das palestras
- Material de divulgação utilizado
- Programação detalhada do seminário
- Lista de participantes e organizadores
O órgão ministerial também solicitou informações sobre as medidas que a universidade adotou para garantir que o evento se mantivesse dentro dos limites legais e acadêmicos.
Liberdade acadêmica versus discurso de ódio
Este caso reacende o debate sobre os limites da liberdade acadêmica em discussões sobre conflitos internacionais sensíveis. Enquanto alguns defendem a ampliação dos espaços de debate nas universidades, outros alertam para o risco de discursos radicais sob o pretexto da produção científica.
A investigação do MPF deverá analisar se houve efetivamente incitação à violência ou se o evento se caracterizou como uma legítima atividade acadêmica protegida pela liberdade de expressão.