
Eis que o pequeno país da Moldávia, quase sempre ofuscado nos noticiários internacionais, acaba de dar uma guinada que vai ecoar pelos corredores do poder em Moscou e Bruxelas. As urnas falaram — e como falaram!
Com 99% dos votos apurados, o partido da presidente Maia Sandu, aquela que não esconde seu desejo de ver o país abraçar o Ocidente, conquistou nada menos que 51% dos votos. A oposição pró-Rússia? Ficou com 38%. Os restantes foram para outras agremiações menores.
Um terremoto político em câmera lenta
O que estamos testemunhando aqui não é mera troca de partidos no poder. É algo muito mais profundo. A Moldávia, esse país encravado entre a Romênia e a Ucrânia, parece estar dizendo "chega" a décadas de influência russa. E está dizendo nas urnas, democraticamente.
Parece que a invasão russa da Ucrânia — a Moldávia faz fronteira com o país em guerra, lembra? — acabou servindo como catalisador para uma mudança que já vinha fermentando há tempos. O medo de ficar do lado errado da história falou mais alto.
O que significa na prática?
Bom, com essa vitória esmagadora no Parlamento, Sandu tem agora carta branca para acelerar as reformas necessárias para, quem sabe um dia, entrar para a União Europeia. O caminho está pavimentado, mas ninguém disse que será fácil.
- Integração europeia se torna prioridade máxima
- Reformas econômicas e jurídicas ganham fôlego
- Relações com Moscou entram em território complicado
- Posicionamento geopolítico claramente definido
E olha só o timing: isso acontece quando a Rússia já está com as mãos mais do que ocupadas na Ucrânia. Coincidência? Difícil acreditar.
E os moldavos, o que acham disso?
Bem, os números falam por si. Mais da metade do eleitorado apostou suas fichas no projeto europeu. Mas não vamos ignorar que 38% ainda preferem manter os laços tradicionais com Moscou — uma divisão que reflete a própria identidade dividida do país.
É como se a Moldávia estivesse decidindo, de uma vez por todas, se olha mais para Bucareste e Bruxelas ou para Moscou. E a escolha, pelo visto, está ficando clara.
O que vem por aí? Reformas, certamente. Tensões, provavelmente. Mas também a esperança de um futuro mais integrado à Europa. Resta saber como a Rússia vai reagir a mais esse "desfalque" em sua esfera de influência.
Uma coisa é certa: o Leste Europeu nunca mais será o mesmo.