
Numa jogada que pegou muita gente de surpresa – mas que, cá entre nós, era mais do que esperada – o presidente Lula decidiu apertar o botão de convocação. Não foi para qualquer grupo. Foi para o BRICS, aquele bloco que tem dado o que falar e que coloca os grandes players do mundo em desenvolvimento na mesma mesa.
O assunto? Nada mais, nada menos do que o comércio internacional. Aquele tema espinhoso que pode fazer amizades virarem rivalidades da noite para o dia. E as tais tarifas, que mais parecem um campo minado para qualquer nação que queira exportar seu produto.
Por Que Agora?
Bom, o timing é tudo, não é? O mundo ainda está se recuperando de um baque atrás do outro – pandemia, conflitos geopolíticos, inflação nas alturas. E num cenário desses, quem se une, se fortalece. A reunião virtual, marcada para esta terça-feira, não é só um encontro de cortesia. É um movimento tático.
Lula, que sempre defendeu um mundo multipolar, parece estar colocando a teoria em prática. E convenhamos: ele não é exatamente novato nesse tabuleiro de xadrez global.
O Que Está Realmente em Discussão?
Além do óbvio – essas tarifas que complicam a vida de todo mundo – a conversa deve girar em torno de:
- Moedas alternativas: Será que o dólar vai continuar reinando sozinho?
- Cadeias de suprimentos: Como tornar o comércio entre esses países mais fluido e menos dependente de terceiros?
- Acordos bilaterais: Pulando a burocracia de grandes organismos, que tal fazer negócio direto?
É uma tentativa clara de criar um contraponto ao que tradicionalmente se decide em fóruns como a OMC ou em reuniões do G7. Um sinal de que o eixo do poder económico pode, sim, estar a inclinar-se.
Não é Só Economia, é Política Pura
Quem acha que isso é só sobre números está redondamente enganado. Esta convocatória é um recado político dos grandes. Um aviso de que o chamado 'Global South' não só existe, como tem voz própria e agenda para avançar.
O Brasil, sob a batuta de Lula, está claramente a reposicionar-se no mapa-múndi. E desta vez, não como coadjuvante, mas como um dos diretores do filme.
O desfecho dessa reunião? Ainda é uma incógnita. Mas uma coisa é certa: o mundo vai estar de olho. Porque quando gigantes como os do BRICS se juntam para falar de comércio, o chão treme – e os mercados também.