Índia adota postura moderada no BRICS: tensões econômicas exigem equilíbrio diplomático
Índia busca equilíbrio no BRICS em meio a tensões econômicas

Não é todo dia que um gigante como a Índia decide pisar no freio. Mas parece que, pelo menos no BRICS, a estratégia agora é mais cautela, menos impulso. E olha que o momento não poderia ser mais delicado — com a economia global balançando como um barco em mar revolto.

Quem acompanha o bloco de perto já percebeu: Nova Délhi está jogando um jogo diferente. Enquanto alguns membros empurram agendas mais ousadas, os indianos parecem preferir o caminho do meio. "É como tentar equilibrar pratos em cima de uma corda bamba", comentou um analista que prefere não se identificar.

O que está por trás da mudança de tom?

Três fatores explicam essa virada:

  • Crescimento interno em xeque: Com inflação pressionando e setores estratégicos precisando de atenção, o governo indiano não pode se dar ao luxo de aventuras.
  • Relações bilaterais delicadas: Aquele cafezinho com a China? Mais amargo do que nunca. E sem açúcar à vista.
  • Pressão do Ocidente: Os EUA e Europa não estão nada animados com aproximações muito calorosas entre os BRICS — e a Índia sabe disso.

Não é exagero dizer que estamos vendo um verdadeiro xadrez geopolítico. Só que, desta vez, os indianos estão jogando com peças menores, mas mais estratégicas. "Eles aprenderam com os erros do passado", avalia a professora de relações internacionais Priya Kapoor, da Universidade de Mumbai. "Em 2022, foram muito ambiciosos. Agora, o lema é 'devagar se vai ao longe'."

E os outros membros? Como reagem?

Brasil e África do Sul — que normalmente flertam com posições mais neutras — parecem aliviados com a postura indiana. Já a Rússia... bem, os russos nunca foram fãs de meias palavras. Mas mesmo eles reconhecem: sem a Índia, o BRICS perde boa parte de seu peso econômico.

O que ninguém discute é o timing perfeito dessa mudança. Com o dólar disparando e as cadeias de suprimentos ainda em recuperação, talvez moderação seja mesmo o remédio que o bloco precisa. Resta saber se os outros vão seguir a receita.

Uma coisa é certa: nos corredores do poder em Nova Délhi, a palavra de ordem agora é "paciência". E no mundo instável de hoje, quem sabe esperar pode acabar levando a melhor.