EUA cancelam vistos de médicos brasileiros do Mais Médicos — entenda a polêmica
EUA cancelam vistos de médicos brasileiros do Mais Médicos

Numa jogada que pegou muita gente de surpresa — inclusive o Itamaraty —, os Estados Unidos decidiram cancelar os vistos de um grupo de profissionais brasileiros que trabalharam no programa Mais Médicos. E olha que não foi pouco: segundo fontes próximas ao governo, a medida afeta diretamente mais de 350 pessoas.

O que aconteceu? Bem, parece que o Departamento de Estado americano resolveu revisar os processos de forma retroativa. E aí, quem já tinha o visto aprovado — ou até mesmo quem já estava morando lá — recebeu a notícia de que o documento estava anulado. Sem aviso prévio, sem direito a defesa. Simplesmente um "game over" burocrático.

O lado humano da história

Imagine só: você se planejou pra mudar de país, investiu tempo e dinheiro, arrumou as malas... e do nada tudo desmorona. É exatamente isso que aconteceu com a Dra. Luísa*, cardiologista que já tinha até alugado apartamento em Miami. "Foi um baque. Minha vida profissional foi jogada no lixo com uma canetada", desabafa.

E não são só os médicos que tão na berlinda. As famílias também foram pegas no contrapé — crianças que já estavam matriculadas em escolas americanas, cônjuges que largaram empregos no Brasil... Uma verdadeira bola de neve de problemas.

As possíveis razões por trás da decisão

  • Pressão sindical: Associações médicas americanas sempre reclamaram que programas como o Mais Médicos "distorcem" o mercado de trabalho
  • Xenofobia disfarçada: Especialistas apontam o endurecimento geral nas políticas migratórias dos EUA
  • Retaliação política: Alguns veem nisso uma resposta indireta a recentes atritos diplomáticos entre os países

Curiosamente — ou não —, a medida coincide com o aumento das críticas ao sistema de saúde americano. Será mera coincidência? Difícil acreditar.

E agora, José?

O Ministério da Saúde brasileiro já se manifestou, diz que tá "avaliando medidas". Mas entre nós? A burocracia é lenta, e o prejuízo dos profissionais, imediato. Enquanto isso, os afetados tentam entender:

  1. Como recorrer da decisão (se é que tem como)
  2. Se vão conseguir reembolso dos gastos já feitos
  3. O que fazer com os planos profissionais que viraram pó

Pra piorar, o timing não poderia ser pior — muitos tinham programado a mudança justamente pro segundo semestre, pra aproveitar o ano letivo americano. Agora, tão com a corda no pescoço e o relógio contra.

*Nome alterado a pedido da entrevistada