Torcedores Barrados: Sistema Nacional de Interdição Esportiva Entra em Vigor no País
Sistema nacional de interdição a torcedores entra em vigor

Imagine chegar no portão do estádio com o coração acelerado, a camisa do time e a esperança de um gol, só para ser barrado na entrada. Pois essa cena, antes restrita a algumas regiões, agora pode se repetir de Norte a Sul do país. A partir desta segunda-feira (1º), um novo sistema unificado permite que as decisões judiciais que impedem torcedores problemáticos de entrarem em estádios sejam compartilhadas e aplicadas em todo o território nacional.

Não é mais uma questão local. Uma decisão tomada em Porto Alegre, por exemplo, passa a valer automaticamente em São Paulo, no Rio, em Salvador – em qualquer estádio do Brasil. A ferramenta, batizada de Sistema Nacional de Informações de Interdição Esportiva, é gerenciada pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e interliga os clubes, as federações e a própria Justiça comum.

Como é que funciona essa teia?

O juiz, ao decretar uma medida cautelar ou uma sentença que interdite um torcedor, insere os dados do infrator nesse sistema. Quase que instantaneamente, a informação fica disponível para os responsáveis pela segurança nos estádios de todo o país. A ideia é fechar o cerco contra a violência nos gramados – e fora deles também.

O que muita gente não percebe é o tamanho da encrenca para quem descumpre. Além de responder judicialmente pelo ato em si, o torcedor que tentar burlar a interdição pode ser enquadrado por descumprimento de decisão judicial. E aí, meu amigo, o buraco é mais embaixo. Multas, é claro, são a ponta do iceberg.

O impacto real vai além das arquibancadas

Clubes e federações agora têm a obrigação legal de consultar o sistema antes de cada partida. Eles precisam cruzar os dados da sua galera com a lista de interditos – uma camada a mais de trabalho, mas que, convenhamos, era mais do que necessária. Quem paga o pato, no fim das contas, é sempre o mesmo: o torcedor que só quer ver o jogo em paz.

O sistema não é uma punição, mas uma ferramenta de prevenção. A mensagem é clara: a bagunça generalizada nos estádios brasileiros está com os dias contados. Se o seu nome parar nessa lista, pode esquecer. A menos, é claro, que você queira assistir ao jogo pela TV de dentro de uma delegacia.

Parece drástico? Talvez. Mas depois de tantos anos de casos tristes de violência, será que não era exatamente disso que a gente precisava? Só o tempo – e o placar do próximo clássico – vão dizer.