
O clima estava pesado no estúdio quando Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, soltou a bomba: "O Brasil não pode aceitar ser tratado como quintal dos Estados Unidos". A declaração, dada com aquela mistura de indignação e firmeza que só ela tem, ecoou como um trovão.
Numa conversa que alternava entre análise geopolítica afiada e retórica inflamada, a petista foi categórica: "Temos nossa própria agenda, nossos interesses nacionais, e não vamos nos curvar". Dá pra sentir aquele tom de quem tá cansada de papo furado, né?
O xis da questão
Segundo Hoffmann, o governo Lula vem sendo pressionado - e como! - a alinhar automaticamente suas posições com Washington. "Querem que a gente assine embaixo sem pensar, como se fôssemos um estado satélite", disparou, com aquele jeito mineiro de falar coisas duras sem levantar a voz.
E detalhe: ela não tá falando só de teoria. Citou casos concretos:
- Pressão nas negociações comerciais (aquela velha história do "ou é do nosso jeito ou não tem negócio")
- Tentativas de influenciar políticas ambientais brasileiras
- Exigências descaradas em acordos de defesa
Não dá pra negar - a fala dela tem um pé na realidade e outro no simbolismo político. Afinal, quem nunca se sentiu um puxadinho alheio em algum momento da vida?
E os EUA nisso tudo?
Quando questionada sobre como Washington receberia essas críticas, Hoffmann soltou uma daquelas risadas que deixam repórter sem graça: "O problema deles". Simples assim. Mas depois completou, num tom mais diplomático: "Relações entre países soberanos devem ser de igual para igual. Ponto final".
E olha que interessante: ela até reconheceu áreas de cooperação possível, mas insistiu que "parceria não significa submissão". Difícil discordar, não é mesmo?
No final das contas, o recado tá dado - e como! O Brasil do PT (ou pelo menos a ala mais radical dele) não pretende fazer vassalagem pra ninguém. Resta saber como essa postura vai repercutir nos corredores do poder - tanto aqui quanto no Norte.