
O Rio de Janeiro virou um caldeirão de opiniões ferventes essa semana — e não é só por causa do calor de 38°C que faz a Lagoa Rodrigo de Freitas parecer uma sopa. Marcelo Rubens Paiva, aquele escritor que nunca foge da briga, soltou o verbo sobre um projeto que tá dando o que falar: anistia pra quem tentou dar um golpe na democracia.
Numa mesa de bar em Ipanema — porque é sempre num boteco que as melhores discussões acontecem —, o autor de "Feliz Ano Velho" não economizou nas críticas. "Isso é um escárnio com quem acredita na Justiça", disparou, entre um gole de cerveja e outro.
O projeto que tá tirando o sono da galera
Pra quem não tá acompanhando (e deveria), tá rolando uma movimentação política pra perdoar — pasmem — os envolvidos nos atos antidemocráticos de 2022-2023. "É como premiar o aluno que colou na prova", comparou Paiva, com aquela cara de quem não engole desaforo.
O detalhe que mais pegou? Alguns dos possíveis beneficiários nem sequer demonstram arrependimento. "É de cair o cu da bunda", resumiu o escritor, num português bem direto que a gente adora.
Por que o Rio virou o centro do debate?
Não é só por causa do Cristo Redentor. A cidade maravilhosa tá recebendo uma série de eventos culturais que colocaram o tema em pauta. Enquanto isso, nas redes sociais:
- Artistas cariocas organizam um abaixo-assinado contra o projeto
- Universitários pintam murais com críticas na Lapa
- Até os camelôs de Copacabana tão comentando — e olha que isso é sinal
Paiva, que sempre foi um termômetro da opinião pública, não podia ficar quieto. "Ainda estou aqui no Rio, ainda estou atento, e não vou fingir que não é comigo", declarou, com aquela mistura de indignação e esperança que só ele sabe expressar.
O pulo do gato que ninguém tá vendo
Enquanto a discussão esquenta, um detalhe passa batido: o timing mais que suspeito. "Conveniente demais, não acham?", provoca o escritor, sugerindo que a medida pode ser uma cortina de fumaça pra desviar atenção de outros problemas.
E olha que ele tem um ponto — afinal, quem acompanha política sabe que coincidência é coisa que não existe em Brasília. O projeto chega justamente quando:
- Os preços dos alimentos disparam
- O dólar dá mais susto que filme de terror
- A reforma tributária emperra de vez
Não é à toa que Paiva chama isso de "ventilador de pó de arroz" — expressão tipicamente carioca pra definir quando tentam maquiar a realidade.
E agora, José?
O debate promete esquentar ainda mais. Enquanto alguns defendem a reconciliação nacional (leia-se: virar a página sem aprender a lição), outros — como Paiva — acreditam que sem consequências, a história se repete.
"Democracia não é brincadeira de criança", arremata o escritor, antes de sair andando pela orla, deixando pra trás não só a conversa, mas um monte de gente pensando. E é exatamente pra isso que servem os intelectuais — pra cutucar a onça com vara curta e nos fazer refletir.