
Não é de hoje que o barulho dos palanques abafa conversas mais urgentes. E parece que a oposição cansou do show. Enquanto Lula percorre o país em campanha permanente, vozes críticas soltam o verbo: está na hora de trocar o microfone pela mesa de negociações.
— O mundo não espera. Enquanto a gente discute migalhas, os EUA cortam o pão inteiro — dispara um senador da oposição, misturando metáforas de forma deliberadamente caótica.
Jogo de xadrez global
O que está em jogo? Só o futuro das relações bilaterais com a maior potência do planeta. Especialistas ouvidos (às pressas, diga-se) apontam que o timing não poderia ser pior. Com eleições americanas se aproximando e crises geopolíticas pipocando, o Brasil parece um jogador distraído no tabuleiro internacional.
— Tem horas que é preciso calar o palhaço e ouvir o circo — filosofa um assessor parlamentar, antes de corrigir: "Digo, calar o discurso e ouvir os parceiros".
Os números que não mentem
- Queda de 18% nos encontros bilaterais desde 2023
- 3 reuniões canceladas com secretários de Estado americanos
- Orçamento para diplomacia reduzido em 12%
Não que Lula ignore completamente o tema. Mas seus esforços, segundo críticos, lembram mais um surfista tentando pegar onda depois que o swell já passou. Os EUA mudaram, o mundo mudou, e o discurso... bem, esse parece preso em 2010.
O outro lado da moeda
Claro que a base governista tem seus argumentos. Um deputado petista, entre um gole de café e outro, dispara:
— Querem que o presidente abandone o povo para ficar de papinho com gringo? Tá certo.
Mas será mesmo que são escolhas excludentes? Alguns analistas apostam que não. O desafio, dizem, está em dosar a química política interna com a alquimia diplomática — essa sim, caprichosamente complexa.
Enquanto isso, nos corredores do Itamaraty, o silêncio é ensurdecedor. E o relógio continua correndo, marcando não só horas, mas oportunidades perdidas.