Lula rebate tarifação 'sem pé nem cabeça' da UE, mas mantém portas abertas para diálogo
Lula critica tarifação da UE, mas mantém diálogo

Numa fala que misturava ironia fina e firmeza diplomática, o presidente Lula soltou o verbo sobre as recentes tarifas impostas pela União Europeia aos produtos brasileiros. "Não dá pra engolir um negócio desses", disparou, com aquele jeito mineiro de quem fala mole mas carrega o tacape.

O tom era de indignação, mas sem perder a elegância - coisa rara nos tempos atuais. "Querem cobrar imposto em cima do nosso aço como se fosse problema ambiental?" questionou, levantando as sobrancelhas num misto de incredulidade e cansaço. A crítica vinha recheada de dados: segundo ele, a indústria brasileira já opera com 70% de energia renovável, contra meros 17% dos europeus.

O jogo das cadeiras giratórias

Mas nem tudo são farpas. Num giro típico do experiente negociador, Lula deixou escapar:

  • A mesa de conversas continua posta
  • O Mercosul não vai virar as costas ao diálogo
  • Existe espaço para "um meio-termo inteligente"

Curioso notar como o discurso oscilava entre o "bateu, levou" da política e a linguagem cifrada dos acordos internacionais. Por baixo do pano, fontes próximas ao Planalto sussurram que há um jogo de xadrez sendo jogado em pelo menos três tabuleiros simultâneos.

O que está em jogo?

  1. O futuro do acordo Mercosul-UE, claro
  2. A posição do Brasil no comércio global pós-pandemia
  3. Até que ponto o ambientalismo vira moeda de troca

Numa daquelas frases que resumem tudo, Lula arrematou: "Ou a gente negocia como adultos, ou vamos todos perder como crianças birrentas". E aí? Vai dar samba ou vai virar briga de torcida organizada? O tempo - e as próximas reuniões de cúpula - dirão.