
Numa jogada que pegou muita gente de surpresa — mas não quem acompanha o jogo político de perto —, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deixou claro que o Brasil não vai baixar a guarda nas negociações com os Estados Unidos. Mesmo com aquele golpe duro da sobretaxa, que começou a valer agora em julho, o diálogo segue firme e forte.
"Estamos trabalhando sem pressa, mas sem pausa", soltou Haddad, numa daquelas frases que parecem ensaiadas, mas carregam um peso político danado. O tom? Nem de desafio, nem de submissão. Algo como: "Temos interesse, mas não desespero".
O que está por trás dessa teimosia diplomática?
Diferente do que muita gente pensa, essa história não é só sobre números e porcentagens. Tem uma pitada de orgulho nacional aí — e quem vive no Brasil sabe como isso pesa. Os americanos apertaram o cerco com taxas extras sobre produtos brasileiros, mas o Itamaraty parece ter aprendido com os erros do passado.
- Paciência estratégica: Ao invés de revidar na mesma moeda (como faria um país menos experiente), o governo optou por manter as portas abertas
- Jogo de cintura: Haddad deixou escapar que há "múltiplos canais" de discussão em andamento — e isso não é conversa fiada
- Timing político: 2025 não é 2023; o mundo mudou, e o Brasil parece ter entendido o manual de sobrevivência nas guerras comerciais
Curiosamente, enquanto alguns setores esperavam um terremoto nas relações bilaterais, o que se vê é mais um daqueles "tango diplomáticos" — onde ambos os lados fingem que não estão se olhando, mas sabem cada passo do outro.
E os números? Como ficam?
Ah, os números... Esses sim doem no bolso. A sobretaxa americana atingiu em cheio setores como:
- Aço brasileiro — que já vinha sofrendo com a concorrência asiática
- Produtos agrícolas — justo o nosso carro-chefe
- Itens manufaturados — aqueles que tentamos tanto valorizar
Mas aqui vai um detalhe que pouca gente notou: segundo fontes próximas ao ministério, as conversas paralelas sobre tecnologia e energia limpa seguem num ritmo até animador. Coincidência? Difícil acreditar.
No fim das contas, o que Haddad mostrou — sem alarde, mas com aquela confiança típica de quem joga xadrez — é que o Brasil aprendeu a diferença entre reagir e responder. E isso, no tabuleiro geopolítico atual, vale mais que ouro.