
Não é todo dia que um deputado federal resolve decifrar os códigos da diplomacia internacional como se fosse um enigma da Guerra Fria. Mas Eduardo Bolsonaro, com aquela cara de quem acabou de descobrir um segredo de Estado, soltou a língua sobre as recentes sanções dos Estados Unidos ao programa Mais Médicos.
"Isso aí não é só sobre Cuba", disparou o parlamentar, com aquele tom de quem sabe mais do que tá dizendo. "É um puxão de orelha em ministros e burocratas que insistem em complicar o que deveria ser simples."
O jogo das cadeiras musicais
Enquanto o Itamaraty tenta desvendar o quebra-cabeça diplomático, o filho do ex-presidente parece ter sua própria teoria. Pra ele, a medida americana – que restringe profissionais cubanos no programa – seria menos sobre saúde e mais sobre... burocracia. Sim, aquela velha conhecida que emperra tudo nesse país.
"Tá na cara que é mensagem", insiste Bolsonaro, com aquela convicção de quem já viu esse filme antes. "Quando você vê o governo dificultando parcerias que funcionavam, criando empecilhos... os americanos não são bobos."
Entre linhas e entrelinhas
O que mais chama atenção não é exatamente o conteúdo da sanção – afinal, tensões com Cuba são velhas conhecidas dos noticiários. Mas sim o timing. Coincidência? Eduardo duvida. "Isso vem num momento em que o governo federal parece mais preocupado em reinventar a roda do que em resolver problemas", crava.
E enquanto os ministérios se debruçam sobre relatórios e notas técnicas, o deputado solta a pérola: "Às vezes um tapinha nas costas dói menos que um puxão de orelha público. E esse aqui veio com carimbo americano."
Resta saber se a mensagem – se é que existe mesmo uma – será decifrada antes que o próximo capítulo dessa novela política comece.