
Não é todo dia que a poeira sobe tanto em Brasília. Os plenários da Câmara e do Senado, que costumam funcionar como relógios — quando a política permite —, viraram palco de um verdadeiro cabo-de-guerra. E olha que não é exagero dizer que os presidentes das duas casas estão segurando a corda pela ponta mais fina.
O que diabos está acontecendo?
Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente à frente da Câmara e do Senado, estão descobrindo na pele o significado da expressão "enxugar gelo". Parece que quanto mais tentam impor ordem, mais os parlamentares fazem questão de mostrar quem manda — ou melhor, quem não manda.
Na Câmara, a situação chegou a um ponto tão crítico que até os assessores mais experientes estão coçando a cabeça. "É como tentar organizar um carnaval fora de época", comentou um deles, sob condição de anonimato. As sessões viraram uma sucessão de bate-bocas, obstruções e manobras que deixariam qualquer estrategista político com os cabelos em pé.
Senado não fica atrás
Se na Câmara o cenário é caótico, no Senado a coisa não está muito melhor. Pacheco, que até pouco tempo atrás era visto como um mediador nato, agora parece estar constantemente apagando incêndios — e olha que não estamos falando das queimadas na Amazônia.
- Votações importantes sendo adiadas semana após semana
- Debates que mais parecem rinhas de galo
- Lideranças partidárias agindo por conta própria
"Isso aqui tá parecendo aqueles filmes de faroeste onde todo mundo atira primeiro e pergunta depois", brincou um senador veterano, entre um gole de café e outro.
E as consequências?
Enquanto isso, a pauta econômica — aquela que supostamente deveria tirar o país da lama — anda a passos de tartaruga. Projetos urgentes? Esquece. Reformas necessárias? Boa sorte. O que era para ser um ano de reconstrução está se transformando numa maratona de obstáculos, e o povo brasileiro é quem paga o pato.
Não é à toa que os corredores do Congresso estão cheios de sussurros sobre "mudanças necessárias". Alguns até arriscam dizer que estamos próximos de uma virada de mesa, mas nesse jogo de xadrez político, até as peças parecem ter vontade própria.
Uma coisa é certa: se Lira e Pacheco não encontrarem um jeito de recolocar o trem nos trilhos — e rápido —, podem acabar descobrindo que, em política, até os mais poderosos estão a apenas um passo de virar passageiros, e não condutores.