
Um coronel da Polícia Militar de Minas Gerais, com ligações diretas ao governador Romeu Zema (Novo), teria monitorado a indicação do nome do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para o Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi revelada pela coluna de Matheus Leitão, da revista VEJA.
Segundo as apurações, o militar acompanhou de perto as movimentações políticas em torno da possível nomeação de Pacheco, que era visto como um dos favoritos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ocupar uma vaga no STF.
O papel do coronel
O coronel, cujo nome não foi divulgado, teria atuado como uma espécie de "ponte" entre o governo de Minas Gerais e o Palácio do Planalto durante as negociações. Fontes ouvidas pela reportagem afirmam que o militar mantinha contato frequente com assessores de Zema e também com interlocutores próximos a Lula.
Repercussão política
A revelação do monitoramento feito pelo coronel acende um alerta sobre o nível de interferência de governadores em indicações para o STF. Especialistas em direito constitucional ouvidos pela VEJA afirmam que, embora seja comum haver articulações políticas em torno de nomeações para o Supremo, o envolvimento direto de militares nesse processo é preocupante.
O caso também deve reacender o debate sobre a relação entre Zema e Lula, que, apesar de pertencerem a espectros políticos opostos, mantêm um diálogo aberto em algumas áreas.
O que dizem os envolvidos
Até o momento, nem o Palácio do Planalto nem o governo de Minas Gerais se pronunciaram oficialmente sobre as informações. A assessoria de Rodrigo Pacheco afirmou que o ex-presidente do Senado não comenta especulações sobre possíveis nomeações.
O caso promete gerar novas discussões nos círculos políticos de Brasília e Belo Horizonte, especialmente no que diz respeito à independência do Judiciário e aos limites da atuação política em processos de indicação para o STF.