
O Brasil parece um barco à deriva. Sem rumo definido, balançando entre ondas de conflitos e ventos contraditórios. A sensação? De que estamos presos num looping interminável de discussões vazias enquanto os problemas reais se acumulam.
Não é exagero dizer que o país vive seu pior momento de paralisia decisória em décadas. De um lado, líderes que mais parecem personagens de reality show. Do outro, uma população exausta de promessas não cumpridas.
O labirinto da polarização
Parece que esquecemos como dialogar. As redes sociais viraram ringues onde vale tudo — menos argumentos. O resultado? Uma sociedade "tribalizada", onde o diferente é visto como inimigo. E no meio disso tudo, quem perde é o país.
Três sintomas dessa doença:
- Projetos importantes emperram por birra política
- Debates reducionistas que ignoram nuances
- Falta de visão de longo prazo
Entre o passado e o futuro
Enquanto isso, o relógio não para. O mundo avança em tecnologia verde, inteligência artificial, educação 4.0. E nós? Ainda discutindo se volta ou não volta — como se isso resolvesse algo.
Não me entendam mal. História é importante. Mas ficar preso nela é receita para o fracasso. O Brasil precisa urgentemente de um projeto de nação que olhe para frente.
E olha que ironia: somos o país do futuro há 100 anos. Só que o futuro teima em não chegar.
A crise da representatividade
Os números não mentem. Pesquisas mostram que a confiança nas instituições está no chão. Partidos? Só 2% de aprovação. Congresso? Nem se fala. Até o Judiciário, que era o "poder moderador", perde crédito.
O que resta é um vácuo de liderança. E natureza abomina vácuo — que logo é ocupado por populismos de todos os matizes.
Será que ainda acreditamos na democracia? Ou só na "nossa" versão dela, quando convém?
O elefante na sala
Ninguém fala, mas todo mundo sabe: o sistema está podre. Corrupção endêmica, privilégios escancarados, reformas sempre adiadas. E o pior? Uma sensação geral de que nada vai mudar.
Como quebrar esse ciclo? Eis o milhão de dólares — ou melhor, o bilhão de reais.
Talvez a saída esteja onde menos esperamos: na pressão organizada da sociedade civil, nos jovens que já nasceram digitais, nos empreendedores que fazem acontecer apesar do Estado.
Uma coisa é certa: continuar assim não é opção. O Brasil merece mais do que esse eterno impasse.