
Parece que o governo Lula não vai ter sossego tão cedo. Dessa vez, a bola da vez é o licenciamento ambiental — e a Câmara dos Deputados está com a faca e o queijo na mão para votar um projeto que pode virar um verdadeiro cabo de guerra político.
O que está em jogo? Basicamente, uma proposta que muda as regras do jogo para empreendimentos que precisam desse aval ambiental. Se passar, a coisa pode ficar bem mais... digamos, "ágil". Mas será que ágil é sempre bom?
O que muda no licenciamento ambiental?
O texto em discussão — que já passou pelo Senado — simplifica (e muito) o processo. Algumas obras nem precisariam mais de licença, só um simples cadastro. Outras teriam prazos curtíssimos para análise. Tudo muito rápido, como se fosse um fast-food de licenças.
- Projetos de infraestrutura ganham prioridade
- Prazos curtos para órgãos ambientais se manifestarem
- Algumas categorias ficam isentas de licença
Os ruralistas estão comemorando como torcida em final de campeonato. Já os ambientalistas? Bem, melhor nem perguntar o que pensam.
Por que isso é um problema para Lula?
O presidente vem tentando equilibrar uma corda bamba: de um lado, a promessa de crescimento econômico; do outro, o discurso ambiental que tanto vendeu lá fora. Se esse projeto passar, pode ser um tiro no pé — ou melhor, no pé e no coração da imagem "verde" do governo.
E olha que a situação já está quente: com as queimadas na Amazônia batendo recorde e o mundo de olho, qualquer afrouxamento nas regras ambientais pode virar um baita constrangimento internacional. Já imaginou o que vão dizer na próxima COP?
"É uma contradição gritante", diz um assessor do Planalto que preferiu não se identificar. "A gente fala em combater o desmatamento, mas aprova leis que facilitam a destruição."
O jogo político por trás da votação
Aqui a coisa fica interessante. A base aliada do governo está... dividida? Isso mesmo. Enquanto parte do centrão apoia a proposta (afinal, obra rápida significa voto certo), a ala mais progressista do PT já deu sinais de que pode criar caso.
E tem mais: os ruralistas, que normalmente são oposição, nesse caso são aliados — mas do tipo "aliado por conveniência". Uma relação no mínimo esquisita, não?
No meio desse xadrez, Lula precisa decidir: bate de frente com os ruralistas e arrisca perder apoio no Congresso, ou engole o sapo e vê seu discurso ambiental virar pó?
Uma coisa é certa: como diz o ditado, em time que está ganhando não se mexe. Mas e quando o time nem sabe direito se está ganhando ou perdendo?