Justiça Federal dá prazo de 5 meses para ICMBio delimitar áreas na Reserva Chico Mendes, no Acre
Justiça dá 5 meses para ICMBio delimitar Reserva Chico Mendes

O tapete verde da Amazônia esconde mais um capítulo de tensão. Dessa vez, o palco é a Reserva Extrativista Chico Mendes, no Acre — aquele pedaço do Brasil onde a floresta respira e os conflitos por terra não dão trégua.

A Justiça Federal, num daqueles despachos que fazem tremer as pranchetas de Brasília, deu um ultimato: o ICMBio tem 150 dias corridos — ou 5 meses pra quem não gosta de contas — pra botar no papel um plano de gestão que delimite as áreas da reserva. E olha que o relógio já começou a correr desde a publicação da decisão.

O que está em jogo?

Não é brincadeira de criança. A reserva, que carrega o nome do lendário seringueiro, virou um caldeirão de interesses:

  • De um lado, extrativistas que vivem da floresta em pé
  • Do outro, grileiros de olho gordo no território
  • No meio, órgãos ambientais encurralados entre a lei e a realidade

O juiz federal — que parece ter perdido a paciência com tanto vai-e-vem — foi categórico: "Chega de procrastinação". O plano tem que vir com mapa, régua e compasso, definindo onde pode e onde não pode pisar.

E agora, ICMBio?

O órgão ambiental está com a faca e o queijo na mão, mas parece que falta o prato. Eles terão que:

  1. Mapear cada palmo da reserva
  2. Criar regras claras de uso
  3. Apresentar um cronograma que não seja só pra inglês ver

E o pior? Se falharem, a multa é pesada — R$ 10 mil por dia de atraso. Dinheiro que, convenhamos, faria falta até no orçamento de um órgão federal.

Enquanto isso, no Acre, os seringueiros observam com um pé atrás. Afinal, promessa de papel já encheu muitos bolsos, mas poucas esperanças. "A gente quer ver pra crer", diz um morador que prefere não se identificar — sabe como é, na floresta até as árvores têm ouvidos.