
Numa análise que pegou muita gente de surpresa – até os mais céticos –, a renomada publicação britânica The Economist jogou holofotes sobre o Brasil. E não foi por causa do futebol ou do carnaval. Desta vez, o assunto é sério: o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Parece que o mundo finalmente está prestando atenção na força das nossas instituições. A revista, conhecida por seu olhar crítico e muitas vezes cético sobre os trópicos, apontou o processo como uma verdadeira aula de como uma democracia deve funcionar. Não é pouco coisa, convenhamos.
Um exemplo além-fronteiras
O que chama atenção, segundo a análise, é a normalidade com que a coisa toda tem sido tratada. Nada de tanques nas ruas, nada de discursos inflamados tentando deslegitimar o sistema. A Economist praticamente aplaude a postura das autoridades judiciárias, que têm conduzido o caso com uma frieza e um rigor técnico dignos de nota.
Numa era em que populistas mundo afora tentam corroer a credibilidade das urnas e do judiciário, o Brasil – pasmem – surge como contraponto. Quem diria, hein? O artigo chega a sugerir que outras nações poderiam, sim, aprender um pouco com a forma como estamos lidando com a situação.
O cerne da questão
Não se trata de defender ou condenar Bolsonaro – a revista não entra nesse mérito. O ponto alto é outro: o respeito ao devido processo legal. A análise enxerga todo o desenrolar do caso como um sinal de robustez. Mostra que aqui, diferentemente de outros cantos do planeta, a lei é mais forte do que qualquer figura pública.
É como se o mundo estivesse redescobrindo o Brasil. Não aquele país dos escândalos e das crises intermináveis, mas uma nação onde as instituições, ainda que sob tensão, seguem firmes. O recado que fica é claro: democracias fortes dependem de sistemas judiciais independentes. E o Brasil, nesse aspecto, está dando um show.
Resta saber se outros veículos internacionais vão pegar carona nessa narrativa. Uma coisa é certa: a opinião da Economist tem peso. E ela parece estar dizendo, em alto e bom som, que o Brasil acertou na condução desse caso espinhoso.