
Pois é, não é que ele finalmente resolveu falar? Tarcísio de Freitas, o homem forte de São Paulo, saiu da toca e deu seu veredito sobre aquela que talvez seja a jogada política mais comentada da semana.
O assunto, como não poderia deixar de ser, é a anistia. Mas não é qualquer anistia. É aquela aprovada pela executiva nacional do PL, o partido do qual ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro são figuras de proa. A medida perdoa — pasme — multas eleitorais aplicadas pela Justiça Eleitoral. E adivinhem só quem era o maior interessado nisso? Exatamente.
“Olha, o partido tomou a sua decisão. O esforço que devia ser feito, foi feito”, soltou Tarcísio, com aquela cara de paisagem de quem já esperava a pergunta, mas preferia estar em qualquer outro lugar. A declaração foi dada nos corredores do poder, em Brasília, depois de uma reunião com outros governadores. Conveniente, não?
E o silêncio que veio antes?
Ah, isso ninguém esquece. Na segunda-feira, quando a notícia veio à tona, o governador paulista fingiu que não era com ele. Evitou jornalistas como se evitasse buraco na rua. Um silêncio ensurdecedor que, convenhamos, falou mais que mil palavras.
Mas a pressão é uma arte, e a imprensa é mestra nela. Não deu outra: lá veio a pergunta direta, daquelas sem rodeios. E Tarcísio, encurralado, cedeu. Não deu para escapar.
O que está em jogo, afinal?
Bom, a jogada do PL não é exatamente uma cartada inocente. A multa que seria anistiada pesa o bolso de Bolsonaro em — segurem seus chapeús — R$ 129 mil. Uma mixaria para uns, uma fortuna para outros. Mas o valor, aqui, é o de menos. O que importa mesmo é o simbolismo. É o partido fechando questão em torno do seu principal nome, ainda que ele esteja com os direitos políticos suspensos até 2030. Uma mensagem clara de que a turma não abandonou o capitão.
Tarcísio, é claro, tentou passar a ideia de normalidade. “Foi uma discussão interna, democrática, e ponto final”. Quer dizer, quase isso. A verdade nua e crua é que o assunto esquenta o core político nacional e joga luz sobre as fissuras — e as lealdades — que ainda definem a direita brasileira.
E aí, o que você acha? Jogo de cena ou lealdade legítima? Uma coisa é certa: a política brasileira nunca decepciona quem gosta de um bom drama.