
Eis que o Senado vira um campo de batalha silencioso — e Renan Calheiros, com aquela astúcia que só os velhos lobos da política conhecem, prepara o seu xeque-mate. O projeto que isenta da cobrança do Imposto de Renda setores como cartões, planos de saúde e combustíveis está prestes a ser votado, e o governo Lula, pego de calças curtas, vê o chão tremer.
Não é de hoje que Calheiros mostra suas garras. Dizem por aí que ele anda frustrado — afinal, esperava um ministério, um cargo de peso, e acabou ficando no escanteio. Agora, usa a presidência da CCJ como trunfo. E que trunfo!
O jogo das articulações
O Planalto, claro, não está nada feliz. Tenta frear a votação, argumenta que o impacto fiscal seria brutal — coisa de R$ 25 bilhões, um rombo e tanto. Mas Calheiros, firme como uma rocha (ou seria uma raposa?), insiste: a matéria é terminativa na comissão. Ou seja, pode passar direto para a Câmara, sem nem precisar do plenário do Senado.
E olha, a coisa é séria. Se virar lei, Lula terá que lidar com um buraco nas contas públicas e uma derrota política daquelas. Algo que ninguém no Palácio do Planalto quer encarar.
Os bastidores que assustam
Nos corredores, o clima é de tensão. Aliados do governo correm contra o tempo, tentando convencer o senador a recuar. Mas Calheiros não é mole não — ele sabe que segura na mão uma carta valiosa. E, cá entre nós, parece estar gostando do jogo.
Não é só vingança, claro. Há quem diga que é estratégia pura. Mostrar força, provar que mesmo sem um ministério, ele ainda é peça chave no tabuleiro. E como é.
O que vai sair disso? Difícil dizer. Mas uma coisa é certa: Renan Calheiros ainda tem muito fôlego — e Lula, mais uma dor de cabeça pela frente.