
Os números chegaram e não deixam muita margem para dúvidas. A tal da anistia para os envolvidos naquela baderna toda de 8 de janeiro? O brasileiro médio quer mesmo é que paguem pelo que fizeram. A Quaest, sempre precisa em suas medições, traz um retrato nítido do que pensamos sobre esse assunto espinhoso.
Dos entrevistados, 62% — veja bem, quase dois terços — disseram um sonoro "não" à possibilidade de perdão. Só 35% apoiariam a medida, enquanto 3% ficaram naquele vai-não-vai típico de quem não quer se comprometer.
Divisão que Espelha a Nação
O mais curioso — ou talvez previsível, dependendo do seu ponto de vista — é como essa opinião varia conforme o espectro político. Quem se identifica com a direita mostra uma tendência maior a perdoar (54% a favor), enquanto a esquerda praticamente não abre mão da responsabilização (85% contra). O centro? Bem, o centro segue seu caminho pragmático, com 61% rejeitando a anistia.
E não para por aí. A pesquisa, feita entre 12 e 15 de setembro com 2.000 pessoas em 120 municípios, tem margem de erro de 2,2 pontos percentuais. Coisa séria.
O Peso da Idade e da Escolaridade
Os jovens entre 16 e 24 anos são os que mais apoiam a anistia — 44% deles. Seria um sinal de maior flexibilidade ou talvez de menos bagagem com traumas políticos do passado? Já entre os mais velhos, com 60 anos ou mais, o apoio despenca para 28%. A experiência, parece, ensina certas lições.
Na educação, o padrão se repete: quanto mais anos de estudo, menor o apoio ao perdão. Quem tem ensino superior completo é categoricamente contra — 73% rejeitam a ideia. Uma demonstração clara de que educação e consciência cívica andam de mãos dadas.
O Que Isso Tudo Significa?
Olhando de fora, esses números falam mais do que mil discursos políticos. Mostram um país dividido, sim, mas com uma clara tendência majoritária pela accountability. O povo brasileiro, ao que parece, ainda acredita que atos contra a democracia devem ter consequências.
É aquela velha história: quer fazer barraco no poder público? Esteja preparado para responder por isso. E a sociedade, pelo visto, não está com muita vontade de abrir mão desse princípio básico.
Os dados estão aí. Resta saber se os ouvidos certos estão escutando.