
Não é todo dia que o Brasil vira o epicentro do noticiário global, mas quando vira, é pra valer. E cá estamos nós, mais uma vez sob os holofotes do mundo — desta vez, por conta do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral.
Parece que a imprensa internacional acordou com os olhos grudados em Brasília. The New York Times, Le Monde, El País, BBC… Quem é alguém no jornalismo mundial não perdeu a chance de noticiar cada movimento, cada alegação, cada olhar nos corredores do TSE.
Não é surpresa, claro. Bolsonaro sempre foi uma figura polarizadora — amado por uns, criticado por outros, mas ignorado por poucos. Sua retórica, seus gestos, seu estilo de governar… Tudo sempre gerou manchetes. Agora, com o julgamento sobre alegações de abuso de poder político e uso indevido da máquina pública durante as eleições, o interesse só aumentou.
Como a mídia estrangeira está retratando o caso?
Bom, cada um à sua maneira. O The New York Times, por exemplo, destacou o que chamou de "momento crucial para a democracia brasileira". Já o El País enfatizou os aspectos jurídicos — sem deixar de lado, é claro, o tom político que cerca todo o processo.
Os europeus também entraram na dança. Le Monde, da França, e Der Spiegel, da Alemanha, trouxeram análises aprofundadas sobre o possível impacto do julgamento na estabilidade política do Brasil. Nada mau para um país que muitos ainda insistem em ver apenas como terra de futebol e samba.
E não para por aí. Até a Al Jazeera, do Qatar, deu espaço ao tema — mostrando que a questão ultrapassa fronteiras ocidentais e interessa até a quem está do outro lado do globo.
E o que isso significa?
Além do óbvio — que o mundo está de olho —, isso revela muito sobre como o Brasil é visto lá fora. Não somos mais apenas o país do Carnaval ou da Amazônia. Somos também uma nação com instituições que, apesar de tudo, tentam funcionar.
Claro, há exageros. Algumas coberturas estrangeiras simplificam demais ou caem em estereótipos. Mas, no geral, o tom é de acompanhamento respeitoso — ainda que curiosíssimo.
Resta saber como esse interesse internacional influencia — ou não — os desdobramentos aqui dentro. Será que a atenção global pressiona por um resultado mais transparente? Ou será que tudo segue como sempre, independentemente do que digam os gringos?
Uma coisa é certa: enquanto o julgamento durar, o Brasil seguirá sob os holofotes. E isso, por si só, já é um capítulo e tanto na nossa história recente.