
Numa daquelas falas que cutucam a ferida aberta da política internacional, o ministro Flávio Dino soltou o verbo sobre como as anistias concedidas por Donald Trump não conseguiram — pasmem — acalmar os ânimos nos Estados Unidos. E olha que ele não veio com meias-palavras: usou a morte recente de Charlie Kirk, uma figura bastante conhecida no meio conservador americano, como exemplo claro de que o perdão não é varinha mágica para apaziguar sociedades em conflito.
Dino, que agora integra o Supremo Tribunal Federal, fez essas declarações durante um evento jurídico em São Paulo. E não foi um comentário solto não. Ele construiu o argumento com a precisão de quem manja dos paranauês do Direito e da política.
O cerne da questão? Trump, durante sua presidência, concedeu anistias a várias figuras polêmicas — algumas envolvidas até em crimes sérios. A ideia por trás era, supostamente, "curar as divisões" do país. Só que, pelos olhos de Dino, o tiro saiu pela culatra. E como.
O Caso Charlie Kirk: Um Símbolo Inesperado
E aí entra a tragédia de Charlie Kirk. O comentarista político, conhecido por suas posições fortemente alinhadas à direita, morreu recentemente em circunstâncias que ainda estão sob investigação. Dino não entrou nos detalhes da morte, mas usou o caso como metáfora poderosa: mesmo com gestos de clemência, a violência política e a polarização seguem vivas e ferrenhas.
Não é sobre Kirk especificamente, claro. É sobre o que ele representava — e sobre como sua morte reverbera num contexto de extremismos que não dão trégua. O ministro deixou claro que anistias, sozinhas, não resolvem problemas estruturais. Às vezes, só mascaram.
E no Brasil? A Lição que Fica
Dino não fez comparações diretas com o Brasil, mas é difícil não ligar os pontos. Vivemos tempos de polarização violenta, discursos de ódio e ataques a instituições. Será que anistias ou perdões amplos funcionariam por aqui? O ministro deu a entender que não — ou, pelo menos, que não sem uma base sólida de justiça e reconciliação.
Ele frisou que processos de paz exigem mais do que gestos simbólicos. Exigem diálogo, verdade e, acima de tudo, responsabilização. Do contrário, viram apenas um paliativo perigoso.
E olha, a plateia entendeu a mensagem. Quem estava lá no evento jurou que deu pra sentir o peso das palavras dele. Algo como: "cuidado com as soluções fáceis para problemas complexos".
Numa altura em que o mundo ainda debate os limites do perdão político — e os riscos de impunidade —, a fala de Dino chega como um alerta. E como um recado indireto para quem acha que anistias são atalhos para a pacificação.
Não são. E a história recente dos EUA, segundo ele, está aí para provar.