
Não foi preciso nem chegar ao intervalo da sessão desta segunda-feira para que a já conturbada CPI do INSS descambasse para o caos total. O que começou como mais um debate técnico sobre os rumos da Previdência rapidamente se transformou em um verdadeiro ringue de boxe – só que sem as luvas.
A deputada Coronel Fernanda (PL-MT) e a senadora Leila Barros (PDT-DF) travaram um duelo verbal tão intenso que, em certo momento, parecia que iriam resolver as diferenças na base do empurra-empurra. Sério mesmo. A tensão estava tão palpável que até os seguranças da Casa ficaram em estado de alerta.
O estopim: acusações que cruzaram a linha
Tudo começou – como sempre parece começar essas brigas feias – com uma acusação que atingiu abaixo da cintura. Coronel Fernanda, conhecida por seu estilo de artilharia pesada, disparou contra a gestão da Dataprev, empresa de tecnologia ligada ao INSS.
Mas Leila não deixou por menos. Rebatendo com whataboutismo clássico de Brasília, ela trouxe à tona supostas irregularidades em pastas comandadas por aliados da deputada. Foi aí que o negócio descambou de vez.
«Isso é conversa fiada!», gritou a deputada, levantando da cadeira com uma energia que dava medo. «Você não tem moral para falar de gestão!»
Leila, então, fez algo que raramente se vê no plenário: ergueu-se lentamente, com uma calma que assustava mais que o grito. «Repita isso. Tenha a coragem de repetir na minha cara», desafiou, num tom que gelou até os jornalistas mais veteranos na galeria.
O quase-agarrão que parou a CPI
O que se seguiu foi um daqueles momentos de silêncio constrangedor – aquele tipo de quietude que dói nos ouvidos. Os dois parlamentares se encararam por longos segundos que pareceram horas, separados apenas pela mesa diretora.
Alguns colegas tentaram intervir, é claro. Mas era como tentar apagar um incêndio em posto de gasolina com um copo d'água. A presidente da CPI, senadora Zenaide Maia, bateu o martelo até cansar – literalmente, a madeira deve estar lascada depois daquilo.
«Ordem! Ordem no plenário!», gritava ela, enquanto as duas protagonistas pareciam duas onças prestes a atacar.
E as redes sociais? Explodiram, claro
Nem preciso dizer que os vídeos do incidente viralizaram mais rápido que meme de gatinho. De um lado, os apoiadores de Fernanda aplaudindo sua «postura firme». Do outro, os de Leila elogiando sua «serenidade sob pressão».
O que todo mundo esquece – e isso me deixa puto da vida – é que no meio dessa briga de ego, quem se ferra é o aposentado que precisa do seu benefício. Enquanto eles se degladiam por microfones, José da Silva continua na fila do INSS.
No final das contas, a sessão foi suspensa – surpresa, né? – e ninguém sabe quando voltará a discutir o que realmente importa. Porque no Congresso Nacional, às vezes parece que estamos mais perto de um reality show do que de uma casa legislativa.
E o pior? Amanhã provavelmente teremos outra crise. Porque em Brasília, o espetáculo nunca pode parar.