
Imagine a cena: o placar político está definido, o juiz já vai apitar o fim do jogo, e de repente… um lance desesperado nos acréscimos. Foi mais ou menos essa a sensação que tomou conta do fim de semana no Tribunal Superior Eleitoral.
Um candidato, cujo nome ficou em suspense até o último minuto, entrou com um recurso absolutamente de última hora. Tão de última hora que parecia aquela tarefa de escola que a gente faz na madrugada anterior à entrega. A questão era simples, mas das grandes: a regularidade da sua candidatura nas eleições de 2022.
Não foi uma questão qualquer, entenda bem. A discussão era sobre a *legitimidade* de sua permanência na disputa. Algo que poderia, literalmente, riscar seu nome da disputa eleitoral. E o prazo? Ah, o prazo era implacável. Um verdadeiro corrida contra o relógio, daquelas que deixam até os mais experientes assessores jurídicos de cabelo em pé.
O Silêncio que Ecoou nos Corredores do Poder
Enquanto isso, do outro lado do ringue, a Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) simplesmente… não se manifestou. Nada. Silêncio total. É como se, no meio do duelo, uma das partes resolvesse ficar quieta, observando. Estrategia? Falta de tempo? Quem sabe. O fato é que o caso seguiu adiante sem a opinião formal deles, o que só aumentou o clima de suspense.
Os ministros do TSE então tiveram que encarar o desafio: analisar um recurso complexo, com implicações sérias, sob a pressão de um prazo que expirava a qualquer momento. A decisão deles, seja qual fosse, iria criar um precedente eólico – aquele que pode mudar a direção de ventos futuros.
O que Isso Tudo Significa?
Para além do caso específico, toda essa correria judicial revela uma faceta pouco glamorosa da nossa democracia: a justiça eleitoral trabalhando no limite, com prazos que mais parecem um filme de ação. Será que o sistema aguenta? É sustentável deixar decisões tão importantes para o último minuto?
Pense bem. A estabilidade das regras do jogo é fundamental para qualquer processo eleitoral que se preze. Quando as coisas ficam para a hora H, todo mundo sai perdendo: os candidatos, a Justiça e, principalmente, o eleitor, que fica ali, torcendo para não dar zebra.
O desfecho desse caso específico ainda está sendo escrito, mas uma coisa é certa: a imagem de um candidato correndo contra o tempo para garantir seu lugar na disputa é algo que fica na memória. E não é uma imagem bonita. Revela uma fragilidade, uma ansiedade que deveria ser evitada a todo custo.
No fim das contas, a lição que fica é clara como água: na política, como na vida, deixar tudo para a última hora é pedir para passar nervoso. E, convenhamos, no cenário político brasileiro, nervoso a gente já tem de sobra.