
Numa daquelas falas que a gente não escuta todo dia — e quando escuta, fica ecoando na cabeça — a ministra Carmen Lúcia soltou a bomba: o Brasil, nas palavras dela, só se mantém de pé porque a gente ainda tá segurando as pontas do Estado Democrático de Direito. E olhe lá.
Numa sexta-feira daquelas com clima pesado no ar, ela discursava num evento cheio de togados e estudiosos do direito. E não veio com meias-palavras. Foi na lata. "Se a gente perder isso, meu Deus, o que sobra?" — questionou, com aquela seriedade que já virou sua marca registrada.
E não parou por aí. Deu um puxão de orelha geral — sem citar nomes, mas deixando claro que a mensagem era pra quem tá botando a mão no fogo por narrativas perigosas. "Tem gente que acha que é brincadeira, que pode ficar flexibilizando princípios, torcendo a lei pro seu lado... Isso é um perigo sem tamanho", disparou.
O tom era de urgência. Quase um SOS jurídico.
Ela lembrou que a Constituição de 88 não foi um mero acordo entre políticos — foi um pacto social. Algo construído com suor, luta e, muitas vezes, lágrimas. E que tratá-la como obstáculo? "É de uma miopia política assustadora".
Não foi um discurso, foi um recado. Um daqueles que a gente sente na pele. Carmen Lúcia sabe — e deixou claro — que a resistência democrática não é opcional. É obrigação de todos. Principalmente daqueles que juram defender a lei.
E agora? O Brasil ouve? A pergunta ficou no ar — e na consciência de quem estava lá.