
Eis que o Supremo finalmente chegou a um veredicto que, convenhamos, muita gente já esperava - mas nem por isso deixa de ser bombástico. Jair Bolsonaro, o ex-presidente que polarizou o país como poucos, agora enfrenta uma sentença de dar vertigens: 27 anos e três meses atrás das grades.
Não foi pouco coisa, não. O placar foi unânime - todos os ministros bateram o martelo na mesma direção. E olha que as acusações eram pesadas: crime de abuso de poder político e corrupção eleitoral, tudo girando em torno daquela reunião infame com embaixadores, lembra?
Os detalhes que doem
O relator, é claro, foi o ministro Alexandre de Moraes. O cara que virou o pesadelo jurídico do bolsonarismo. Na prática, a condenação se divide em duas partes principais: 12 anos pela lábia com diplomatas estrangeiros (aquele papo furado sobre as urnas) e mais 15 anos e três meses pela tentativa de golpe low profile.
Ah, e tem mais: multa de R$ 3,5 milhões. Dinheiro que não vai doer no bolso dele, sabemos bem, mas simbolicamente... é uma facada.
O que realmente aconteceu naquela reunião?
Bolsonaro, na presidência ainda, chamou embaixadores pra conversinha. Só que em vez de falar de acordos internacionais ou cooperação, meteu o louco: atacou o sistema eleitoral brasileiro, questionou a idoneidade das urnas e basicamente plantou a semente da desconfiança que depois virou tempestade.
Parece coisa pequena? Não é. É como jogar gasolina num parque seco - pode não pegar fogo na hora, mas quando pega...
Os ministros foram categóricos: ele agiu com "intenção deliberada de desestabilizar o processo democrático". Ou seja, sabia muito bem o que estava fazendo.
E agora, José?
Com a condenação em primeira instância (sim, ainda pode recorrer), Bolsonaro perde direitos políticos imediatamente. E olha que ironia: fica inelegível justamente quando especulavam sua candidatura futura. O destino prega peças curiosas.
O julgamento rolou por quatro longas sessões. Quem acompanhou viu cada ministro dando sua tacada - e todas no mesmo sentido. Não houve divergência, não teve "mas", não apareceu nenhum salvador da pátria. Foi unânime como raramente vemos nesse país.
O Brasil respira. Ou pelo menos parte dele. Porque convenhamos: depois de tudo que aconteceu desde 2022, desde aqueles acampamentos militares esquisitos até o 8 de janeiro que manchou de vergonha a capital federal... era preciso algum tipo de fechamento.
Não é vingança, como alguns vão gritar por aí. É consequência. Algo que nós, brasileiros, estamos aprendendo a valorizar depois de tantos anos vendo impunidade como esporte nacional.
Os próximos capítulos? Recursos, claro. A defesa vai se mexer, vai tentar tudo, vai alegar o que for. Mas a primeira batalha jurídica importante... essa já foi perdida. E de goleada.