O clima em São Bento do Sapucaí nesta segunda-feira era daqueles que pesa na alma. A cidade perdeu uma de suas figuras mais conhecidas - e eu digo, conhecida mesmo, daquelas que todo mundo cumprimentava na rua. Beto Mendes, que dedicou boa parte de sua vida à política municipal, foi sepultado no cemitério local após uma despedida que mexeu com todo mundo.
O corpo dele chegou à Câmara Municipal por volta das 14h, sabe? Aquele prédio onde ele tantas vezes debateu projetos e defendeu suas ideias. Agora, ironicamente, recebia seu corpo sem vida. A sala ficou pequena para tanta gente - parentes, amigos, antigos colegas de parlamento, gente simples que ele ajudou em algum momento.
Parece que foi ontem que ele estava por ali, discutindo orçamento, reivindicando melhorias para a cidade. A política, aquela coisa que tanto divide, hoje unia todo mundo em torno da mesma dor. E olha, não era uma dor qualquer - era aquela sensação de vazio que fica quando alguém que realmente fez a diferença se vai.
Uma trajetória que marcou a cidade
Beto Mendes não era daqueles políticos que aparecem só em época de eleição. Não, senhor. Ele tinha raiz na comunidade, participava das coisas, conhecia as pessoas pelo nome. Durante seu mandato como vereador, deixou marcas que ainda hoje são lembradas. Alguns dizem que ele tinha um jeito especial de resolver problemas - direto, sem rodeios, mas sempre com respeito.
O velório foi daqueles que mostram a dimensão de uma pessoa. Gente de todas as idades, de diferentes cantos da cidade, cada um com sua própria lembrança do ex-vereador. Uns lembravam da ajuda com documentos, outros de projetos comunitários, alguns simplesmente da conversa amiga na praça.
O último adeus
Por volta das 16h, o que era um momento de despedida tornou-se uma verdadeira procissão. O cortejo fúnebre percorreu as ruas da cidade - aquelas mesmas ruas que Beto Mendes tanto percorreu em vida. Parecia que a cidade inteira parou para acompanhar. Lojistas saindo das portas, pessoas nas janelas, um silêncio respeitoso quebrado apenas pelo motor do carro funerário.
No cemitério, a cerimônia foi simples, como ele provavelmente gostaria. Sem muito protocolo, apenas as palavras sinceras de quem realmente sentia a falta. Familiares abraçados, amigos com lágrimas nos olhos, ex-colegas de política compartilhando memórias.
É curioso como a morte iguala todo mundo, não é? Naquele momento, não importavam siglas partidárias ou posições políticas - importava apenas a lembrança de um homem que, com seus acertos e erros, deixou sua marca na história da cidade.
São Bento do Sapucaí hoje está diferente. Mais quieta, talvez. Faltando uma daquelas vozes que ajudavam a escrever seu cotidiano. Mas, como dizem por aí, as pessoas realmente importantes nunca morrem completamente - continuam vivas na memória de quem conviveu com elas. E Beto Mendes, com certeza, será lembrado por muito, muito tempo.
