
Eis que surge mais uma dessas alegações que deixam qualquer um de cabelo em pé. Donald Trump resolveu entrar no terreno pantanoso da saúde pública com uma afirmação, no mínimo, temerária. Segundo ele, o simples Tylenol, nosso velho conhecido paracetamol, seria um causador de autismo. Sim, você leu direito.
Mas calma lá – antes que alguém jogue o remédio no lixo, é preciso entender de onde vem essa história. A tese não é nova, na verdade ela circula há tempos nos círculos antivacina, impulsionada ninguém menos que Robert F. Kennedy Jr. Agora, ganhou o megafone poderoso do ex-presidente americano.
O que dizem os especialistas? Uma enxurrada de críticas
A reação da comunidade médica foi imediata e contundente. Especialistas de diversas instituições de saúde saíram a campo para desmontar a alegação. Não existe, repito, nenhuma evidência científica sólida que ligue o uso do paracetamol ao desenvolvimento do transtorno do espectro autista.
"É uma afirmação irresponsável e perigosa", dispara um toxicologista que prefere não se identificar. "Milhões de pessoas no mundo todo usam esse medicamento com segurança. Criar esse pânico sem base é brincar com a saúde pública."
Os perigos reais por trás da fake news
O problema vai além da simples desinformação. Quando figuras públicas de grande influência espalham esse tipo de conteúdo, o estrago pode ser considerável. Imagine uma mãe, desesperada com a febre do filho, tendo medo de dar um antitérmico comum. Ou pior: pessoas abandonando um tratamento seguro para buscar alternativas sem comprovação.
- Risco de automedicação perigosa: Ao evitar o paracetamol, alguns podem optar por combinações menos seguras
- Descrédito na ciência: Abre-se espaço para teorias conspiratórias infundadas
- Pânico desnecessário: Famílias já sobrecarregadas com preocupações genuínas ganham mais um motivo de ansiedade
E o que é pior – essa não é a primeira vez que Kennedy Jr. aparece no radar das polêmicas médicas. Seu histórico de questionamentos às vacinas já é bastante conhecido, agora parece estar exportando suas teorias para outros fronts.
Por que essa história ressurge agora?
Boa pergunta. Especialistas em comunicação política acreditam que o timing não é mera coincidência. Com as eleições americanas se aproximando, qualquer tema que gere engajamento – mesmo que negativo – acaba sendo aproveitado. E a saúde, sempre um tema sensível, vira moeda de troca fácil.
"É a clássica estratégia de criar uma cortina de fumaça", analisa um consultor político. "Enquanto se discute isso, outros assuntos mais relevantes ficam em segundo plano."
O fato é que, no meio desse cabo de guerra político, quem pode sair perdendo é você, cidadão comum, tentando cuidar da própria saúde com informações confiáveis. Fica o alerta: na dúvida, sempre consulte um médico, não um político.