Santa Catarina no olho do furacão: detalhes revelados sobre alistamento para guerra na Ucrânia
SC no centro de recrutamento para guerra na Ucrânia

Não é ficção, nem teoria da conspiração. Um esquema de recrutamento militar internacional está pegando carona na crise ucraniana — e Santa Catarina virou alvo preferencial. Cartas-convite com carimbos oficiais, salários que fazem os olhos brilhar e promessas de cidadania europeia estão circulando pelo estado.

O jogo da sedução militar

Parece roteiro de filme de espionagem, mas é pura realidade: documentos obtidos por nossa redação revelam que intermediários oferecem até R$ 35 mil mensais para catarinenses com experiência em combate. "É um chamariz difícil de ignorar", admite um policial militar que preferiu não se identificar.

Detalhes que assustam:

  • Contratos de 6 meses renováveis
  • Treinamento acelerado na Polônia
  • Seguro de vida milionário
  • Cláusulas de confidencialidade abusivas

Do Litoral ao Planalto: o rastro do recrutamento

As abordagens começaram discretas — mensagens cifradas em grupos de WhatsApp de veteranos. Agora, a coisa ficou séria. Na Grande Florianópolis, três homens já desapareceram após mostrar interesse. "Sumiram como fumaça", relata a esposa de um deles, ainda sob proteção policial.

Nas redes sociais, os aliciadores se passam por caçadores de talentos para "empresas de segurança internacional". Só revelam a verdade quando o candidato já está fisgado. Uma armadilha perigosa, como alerta o delegado Carlos Renato Alves: "É como vender sua alma sem ler a letra miúda".

Entre a ganância e a desesperança

O perfil dos recrutados? Ex-militares brasileiros, policiais reformados e até jovens desempregados seduzidos pelo dinheiro fácil. "Com esse salário, em dois anos compro casa e carro", justificou um rapaz de 23 anos antes de embarcar para a Europa — e sumir do radar.

Mas há um preço oculto:

  1. Nenhuma proteção consular garantida
  2. Risco real de prisão por mercenarismo
  3. Famílias sem notícias por meses

Enquanto isso, nas ruas de Joinville e Blumenau, o assunto virou polêmica. "É covardia explorar a necessidade alheia", dispara uma assistente social. Já um empresário defende: "Se querem ir, problema deles".

O silêncio das autoridades

O governo federal age com lentidão que intriga. A PF confirmou investigações, mas não prendeu ninguém. O Itamaraty emite alertas genéricos. E o governo catarinense? "Estamos monitorando", dizem, enquanto as famílias cobram ação.

Uma coisa é certa: a guerra na Ucrânia criou um mercado sombrio — e Santa Catarina, com seu histórico militar, virou terreno fértil. Resta saber quantos precisarão morrer longe de casa para as autoridades acordarem.