Não é de hoje que a fome vira moeda de troca em conflitos — mas quando o assunto é Gaza, a situação chega a níveis de crueldade que beiram o inacreditável. Nesta segunda-feira (28), durante um debate acalorado na ONU, o secretário-geral António Guterres soltou o verbo: "É inaceitável usar a privação de alimentos como estratégia militar". Palavras duras, mas necessárias.
O cenário desolador
Enquanto diplomatas discutiam protocolos em Nova York, mães em Gaza rasgavam sacos de farinha vazios. Crianças com olheiras profundas — aquelas que só a desnutrição crônica causa — viraram estatística numa guerra onde até o pão virou arma. Dados recentes mostram que:
- 65% da população enfrenta insegurança alimentar aguda
- Hospitais registram casos de kwashiorkor, doença rara em zonas de conflito
- Caminhões com ajuda humanitária são barrados sob alegações de "risco à segurança"
Guterres, com aquela voz grave que já carrega o peso de tantas crises, foi direto: "Quando bloqueiam comida, estão assinando sentenças de morte com caneta burocrática". E não é exagero — a cada 48 horas, o cenário piora.
O jogo político por trás da fome
Ah, a geopolítica... Enquanto uns falam em "direito à defesa", outros lembram que direito à vida vem antes de qualquer bandeira. O debate na ONU teve momentos tensos:
- Representantes israelenses alegaram "medidas de segurança"
- Países árabes exigiram intervenção imediata
- EUA e Europa — sempre eles — dançando na corda bamba dos interesses
Curioso como, nessas horas, discursos morrem na praia da realpolitik. Mas Guterres, velha raposa da diplomacia, cutucou a ferida: "Nenhuma resolução vai alimentar crianças famintas amanhã". A pergunta que fica: quando a comunidade internacional vai trocar palavras por ações?
PS: Enquanto isso, no terreno, voluntários arriscam a vida para levar um punhado de arroz. Heróis anônimos numa guerra onde até a compaixão virou alvo.
