Brasileiros são aliciados na web para combater na Ucrânia — entenda o golpe
Brasileiros recrutados para guerra na Ucrânia: golpe na web

Parece roteiro de filme, mas é pura realidade: brasileiros estão sendo enganados por criminosos que prometem fortunas e documentos europeus em troca de participação no conflito ucraniano. A tática? Anúncios tentadores em grupos de Facebook e WhatsApp.

Segundo investigações, os aliciadores — muitos com perfis falsos — usam linguagem militar e jargões como "oportunidade única" ou "serviço humanitário". O esquema lembra aqueles golpes de pirâmide, só que com risco de vida real.

Como funciona a armadilha

  • Contato inicial por mensagem direta ou comentários em posts sobre emprego no exterior
  • Promessa de salário entre €2.000 e €5.000 mensais (valor que não condiz com a realidade local)
  • Garantias falsas de treinamento rápido e seguro
  • Documentação forjada, incluindo contratos que parecem oficiais

Um detalhe assustador? Alguns recrutadores chegam a marcar vídeo chamadas com uniformes militares de fundo — tudo encenação para dar credibilidade.

As vítimas

Majoritariamente homens entre 25 e 40 anos, muitos desempregados ou endividados. "É o público perfeito para esse tipo de golpe", explica o delegado Fábio Souza, da Delegacia de Crimes Cibernéticos. "Quando a pessoa está desesperada, acredita em qualquer saída milagrosa."

Pior: alguns chegam a vender pertences para pagar supostas taxas administrativas — que variam de R$3.000 a R$15.000. Dinheiro que some assim que é transferido.

O alerta das autoridades

A Polícia Federal já monitora dezenas de casos. Nenhuma oferta desse tipo é legítima — o governo ucraniano só recruta voluntários através de canais oficiais, sempre com treinamento prévio e documentação transparente.

Se você ou alguém próximo recebeu propostas semelhantes:

  1. Não compartilhe documentos pessoais
  2. Print todas as conversas
  3. Denuncie imediatamente no site da PF

E atenção: mesmo quem "caiu no conto" mas desistiu pode ser alvo de chantagens posteriores. Criminosos costumam ameaçar expor a suposta "deserção" como forma de extorsão.