
O silêncio da madrugada em Donetsk foi violentamente interrompido por um estrondo que ecoou por quilômetros. Mais um capítulo sombrio nesta guerra que parece não ter fim.
As sirenes não deram trégua — e quando os mísseis russos atingiram a região, por volta das 3h da manhã, o cenário rapidamente se transformou num pesadelo. Uma pessoa morreu no local, segundo as autoridades ucranianas. Vinte e quatro outras, pelo menos, ficaram feridas. Alguns em estado gravíssimo.
Os hospitais locais, que já operavam no limite, entraram em modo de emergência total. Médicos correndo, macas manchadas de sangue, familiares desesperados — uma cena que, infelizmente, se repete com uma frequência assustadora.
Os estragos vão além dos números
Além das vidas perdidas e alteradas para sempre, a infraestrutura levou um golpe duro. Prédios residenciais, aqueles mesmos onde famílias tentam seguir uma rotina impossível, foram reduzidos a escombros. Ruas inteiras, transformadas em campos de entulho e desespero.
“Não dá mais para distinguir o que é horário de ataque e o que é horário de paz”, comentou um voluntário de resgate, com a voz cansada de quem já viu cenas demais. E ele tem razão — a imprevisibilidade é justamente o que torna tudo ainda mais aterrador.
E agora?
Enquanto o mundo acompanha de longe, a pergunta que fica é: até quando? A comunidade internacional repete condenações, mas no chão da Ucrânia, a realidade é outra — marcada por crateras, luto e uma resistência que insiste em não se calar.
O governo ucraniano já classificou o ataque como mais um crime de guerra. E prometeu responder — embora, cá entre nós, a assimetria das forças em campo seja evidente. Resta saber qual será o próximo movimento.
Uma coisa é certa: enquanto os líderes discutem estratégias em salas fechadas, a população vive sob o medo constante do próximo ruído no céu. E isso, convenhamos, é uma forma cruel de se viver.